*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46
anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias
exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados.
(NR)
QUEM ACREDITA EM DONA DILMA: POR ENQUANTO NEM ELA, LULA OU O PT. VÁ LA,
MERCADANTE E O AMBICIOSO E FALASTRÃO DO TESOURO, ACREDITAM.
HELIO FERNANDES
03.11.14
Nunca em nossa Historia, um presidente se aproxima da posse tão
destroçado quanto Dona Dilma. Desmoralizado, desenganado, despreparado,
desesperado e desencaminhado. 50 por cento por causa do catastrófico primeiro
mandato.
Os outros 50 por cento por culpa de FHC que inventou o mensalão pago á
vista para continuar no poder. Agora, tenta dar lições de comportamento ético e
estético.
(Nos 109 anos antes da aventura de FHC não houve reeleição. Floriano
Peixoto, vice e Ministro da Guerra, tinha a força derrubou Deodoro, queria
ficar a vida toda. Não conseguiu. Prudente de Moraes, que expulsou um
Rothschild do Catete, queria renegociar a dívida já amaldiçoada, não admitiu,
passou o cargo).
(Campos Salles que veio a seguir, foi a Londres, passeou de carro aberto
com os Rothschilds, renegociou a dívida, queria mais quatro anos. Quando
viajava para São Paulo no trem especial, foi apredejado, lá se foi o sonho da
continuação. Juscelino queria, não tentou apenas conversou, não havia clima,
lançou a candidatura para 1965. Só que no calendário não houve 1965).
Dona Dilma nem sabe como compor o futuro ministério. Presidente do Banco
Central e Ministro da Fazenda, difícil. Presidente da Petrobras, impossível,
pelo menos tem que esperar a revelação que a Justiça fará em relação aos
acusados na delação premiada.
Quase todos os indiciados, (provavelmente incluindo a própria Dilma e
Dona Graça) são do circulo ou circuito do petróleo. Portanto para preencher
esse cargo. Só nomeando alguém que não saiba estabelecer a diferença entre
petróleo e álcool alcoforado. Dona Graça há tempos queria se aposentar, a
presidente pediu tempo, “espera um pouco”. Esses três cargos, resumo e sumário
das dificuldades.
Mistificadora sem igual, pregou diálogos, mas imediatamente lançou a
ideia dos Conselhos fascistas, que usurpavam pedaços do Legislativo. Foi
rechaçada, derrotada, não pôde nem haver votação. E surgiu ou ressurgiu com a
velha ideia do plebiscito e “constituinte exclusiva”, tolice repetida.
Eurodólar, desinformação e mistificação.
Na quarta-feira, surpreendentemente o BC aumentou a Selic em 0,25. Os
especialistas não acreditaram. Na quinta, o dólar caiu 1,22, todos retumbaram:
“O BC estava certo, teve visão dos fatos”. Na sexta esse mesmo dólar subiu
1,40, silencio total dos mesmos especialistas e órgãos de comunicação. O
próprio governo não sabe se quer o dólar a 2,50 ou 2 cravados.
E hoje, segunda, o dólar sobe ou desce? Ninguém sabe, não existe
fiscalização, política verdadeira, só adivinhação.
O futuro presidente da Câmara.
Até 31 de janeiro continua Henrique Eduardo. Seu mandato de deputado e
de presidente, são coincidentes. Dona Dilma chega hoje da Bahia, “a confusão é
geral”. (Machado de Assis). Ela não tem a menor ideia do que fazer. Se soubesse
fecharia a questão apenas com uma frase: “Eduardo Cunha, o país não aceita de
jeito algum. Nem eu”. Cresceria em todos os sentidos.
Aconteceu que ele é candidatissimo ha mais de 1 ano, e continua
garantindo que será eleito se tornando assim no terceiro homem na linha de
sucessão presidencial. Se pegarmos 10 por cento do que já disseram dele e
escreveram sobre ele, não seria presidente da Câmara nem estaria em liberdade.
Acerto na decisão, imprudência diplomática.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB) pediu ao TSE, que fizesse uma
“auditoria especial” na eleição de 5 e 26 de outubro. O Ministro João Otavio
Noronha recuou, não havia nem há motivo para isso. (Brizola também insistia que
a “urna eletrônica não permitia revisão”. Conversamos muito sobre isso, com
opiniões divergentes).
João Otavio recusou muito justamente, textual: “Não somos Bolívia ou
Venezuela e sim uma democracia”. Recusar, excelente, mas sem citar nomes de
países. A não ser que lembrasse também do Equador. Lá, o presidente
“adventício”, Rafael Corrêa, está reformando a Constituição para impor “eleição
ininterrupta”.
Quer dizer, ficaria para sempre. Os EUA limitaram o mandato presidencial
em oito anos e depois MAIS NADA. A França reduziu a duração de sete anos para
cinco. E já existe um movimento para limitar o tempo a uma eleição e uma
reeleição.
Henrique Meirelles.
Exatamente há um ano, revelei aqui, textualmente: “Lula, com o
consentimento e aprovação de Dona Dilma, convidou o ex-presidente do Banco
Central (sete anos) para Ministro da Fazenda do segundo mandato dele”. Na época
era favoritíssima.
Fiz o seguinte comentário, que lembro, repito e reafirmo: “Tecnicamente
não é o Ministro que o Brasil precisa e deseja”. Agora alguns colocam Meirelles
na lista, Lula veta.
Dia dos mortos.
Ontem foi dia de Finados. Os paulistas fizeram grande passeata de
protesto contra Alckmin e Dilma, como se os dois estivessem mortos ou
desaparecidos. Ora. Alckmin foi reeleito no primeiro turno, e Dona Dilma,
ganhou lá mesmo, pelo menos no primeiro turno.
Uma parte desses paulistas é muito estranha. Nada a ver com a afirmação
de Vinicius de Moraes: “O chato de São Paulo é que a gente anda, anda e nunca
chega a Ipanema e a praia”. Mas apoiar e depois ressuscitar no dia dos mortos e
incompreensíveis até para quem nasceu lá.
PS- Inacreditável, inominável, e até impensável, a decisão da Ministra
Rosa Weber, determinando ao Congresso, que coloque no orçamento, o aumento de
salários dos Ministros do Supremo. Com isso forçou e pressionou também o
executivo que havia decidido o contrário.
PS2- nenhum constrangimento em fazer “justiça” em causa própria. Como
Rosa Weber só tem 40 meses (3 anos e 4 meses) no Supremo, cuida de sua preciosa
aposentadoria. Afinal, foi nomeada pela própria Dilma em 2011, só está no cargo
há 3 anos.
PS3- Não custa lembrar que a Constituição de 1988, deu uma moralizada
“geral na nomeação para esses cargos, incluindo o Tribunal de Contas”. Antes,
Ministros eram nomeados com 69 anos para aproveitar a aposentadoria pelo
“ultimo salário”, lógico, o melhor. Hoje tem que entrar antes dos 65 anos.
PS4- A propósito: já disse aqui e reafirmo: o Ministro da Justiça, Luiz
Eduardo Cardoso vai para o Supremo, mas não agora, Muito moço, pode esperar. Se
fosse, quem iria para ministério da Justiça?
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