Titular: Helio Fernandes

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e a participação de colunistas especialmente convidados. (NR)

A PERDA DE TEMPO NA ÀREA ECONOMICA, FALTA DE TEMPO NO MINISTÉRIO LAVA - JATO. EMPREITEIROS NÃO TÊM PRIVILÉGIOS.

HELIO FERNANDES
26.11.14

Faltam 35 dias para a posse, começo e não sabe que fim, do segundo mandato de Dona Dilma. Está ameaçada de governar a partir de 1º de janeiro, com os mesmos ministros que já foram notificados que não continuarão. O descalabro que teve início em 2010 ameaça se projetar para 2015.

Fez sacrifício, concedeu, mudou de estilo, mas restringiu os possíveis da área econômica para três nomes. Tombini jogado para lá e para cá, mantido no Banco central, levado ou elevado para Ministro. Da Fazenda, é da casa.

Tem contra ele os juros altos, que subirão mais. A inflação perigosa, que não vai parar de aumentar. O dólar que o governo queria em 1,80, já está quase em 2,60. Mas pode ser falado e convidado, nenhuma semelhança com os presos das empreiteiras.

Joaquim Levy surgiu da mesma fonte sedutora, o Bradesco. Imagine se o doutor Trabuco aceitasse, os dois podiam despachar do próprio Banco, vigiados, fiscalizados e aconselhados pelo inacreditável doutor (doutor mesmo) Lazaro Brandão. Quem lembrou e garantiu Levy sabia do péssimo relacionamento dele com a presidente, diziam: “Ela não nomeará Levy, prefere Arno Augustin”.

Acontece que ela viu que não tinha muitas opções, embora como os elefantes ela não esquece,  esqueceu. Só anunciado mas não indicado ou nomeado, aceitou. Aí veio o veto partindo das entranhas do PT, “o seu partido”.

Como não tinha muita segurança, tentou colocar uma rede de proteção, insistindo com Nelson Barbosa para o fragilíssimo Ministério do Planejamento. Não é o cargo de agora e sim o possível ou suposto do futuro. Se Levy não tomar posse ou entrar e logo sair. Arno Augustin que “fique queimando no inferno do Tesouro Nacional”.

Os Ministros civis ou altamente vulneráveis.

Aí a dificuldade aumenta, pode proximidade com a lava-jato. Como nomear possivelmente tendo logo que desnomear? Então lançando nomes, pratica o exercício do “se colocar, colou”.

A senadora Katia para o ministério da Agricultura, irritou até o seu partido de agora, o PMDB. E desenterraram acusações de antes, como exploração do trabalho escravo nas suas fazendas.

E o derrotadíssimo Armando Monteiro para o Desenvolvimento ou outro qualquer? No caso o PTB, sua legenda, satisfeitíssimo. Mas ele entrará na cota dos derrotados, depois de ter surgido na campanha com 47 por cento dos votos?

De Curitiba para o Supremo, talvez só mesmo em 2015.

Já disse varias vezes e não tenho uma linha a retirar: os presos e interrogados na lava-jato que têm foro privilegiado, terão que esperar muito tempo. O último trem de Berlin só sairá de Curitiba, quando não houver mais nada a interrogar, a perguntar e a registrar. Isso serve para deputados, senadores, ministros e ex-ministros. Em pânico estão, em pânico ficarão.

Impossível medir o tamanho desse pânico, somado com o pavor de não poderem ser nomeados para nada. Os partidos estão sendo ignorados, desdenhados e desacreditados.

Isso levou Dona Katia a ser convidada, sem que ninguém soubesse no PMDB. Nem o vice-presidente da República que acumula a presidência da legenda. A nomeação dela não ser um fato consumado, pode ser mais um descrédito para Dona Dilma.

Empreiteiros podem se transformar em réus.

Nenhum tem direito a julgamento especial. É possível que as empreiteiras sejam preservadas, mas os empreiteiros não. Devolverão tudo e pagarão com julgamentos severíssimos. Se não pagarem como corruptos haverá uma revolução nas ruas.

Quem se arriscará a defender, proteger e libertar esses ladrões que construíram a própria reputação?

O fracasso do “superávit” primário.

Nenhum país do mundo tem essa “economia” que rotulou com nome estranho e extravagante. A dívida está em dois trilhões. Como os juros são pagos (amortizados) pela Selic, teria que reter ou tirar da economia, 180 BILHÕES. O equilibrismo que sem arte e magia copia o “Cirque du Soleil” retirou 49 BILHÕES, SOBRARAM 111 bilhões.

Agora nova mágica sem nenhum talento, ressentimento, arrependimento ou constrangimento, reduz o total dos juros, 127 BILHÕES que diz ter investido no PAC e em desonerações de impostos. Assim não teria que amortizar coisa alguma. O que serviria como uma espécie de “salvação da lavoura” pois já está deficitária em 49 BILHÕES.

Alem de não ter atingido o suposto e presumido “superávit” que usa o apelido de “primário”, mesmo reduzido de 160 para 111 BILHÕES, quer submeter e fazer submergir mais ainda o Legislativo.

O que pretende Dona Dilma, nesse pedido de socorro ao Congresso? Que seja votado com urgência uma alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias, um dos fatos mais importantes para o Estado, para o país e não para o governo. O Congresso tem que resistir e não se render ao Executivo. Mas o que fazer se Dona Dilma por outro lado manda o recado: "Se não votarem não haverá troca-troca" como no primeiro mandato, que não termina, lamentável.

E para reforçar a intimidação e o cumprimento da exigência, Dona Dilma ameaça pessoalmente: "O próximo ministério terá 60% de técnicos, alguns ministros que permanecerão, sobrando poucos cargos para serem negociados".  O PT é o mais desconfortável, irritado e revoltado. 

Dona Dilma quer que esse estranho, esdrúxulo e extravagantemente superávit, fique em 10 BILHÕES, sobrarão para o desperdício, 150 BILHÕES. E os "credores"? Não reclamarão, colocam no total da dívida. Sabem que não encontrarão em nenhum lugar do mundo, juros de 11,25, que serão aumentados. É bem verdade, com FHC esses juros chegaram a 44%, Lula recebeu o governo com remuneração de 25%. Por esse ângulo, 11 ou 12, aceitável mas não compreensível. É o país que sangra em impostos e incompetência.

Ah! Prudente de Moraes, em 1897. Expulsou do seu gabinete, um Rotschild que pretendia renegociar a divida com juros atordoantes e amaldiçoados. Se Dona Dilma conhecesse Historia, eu diria: ela quer imitar Campos Salles, (sucessor de Prudente) que no ano de 1900 renegociou a divida. Lá mesmo em Londres, andando pela Old Bond Street, distrito financeiro da cidade, em carro aberto com os Rotschils, atendeu todas as ordens deles.

Voltou para o Brasil foi apedrejado no trem presidencial que parou em Silva Freire. Uma estação antes do Meyer. Dona Dilma vai no mesmo caminho, só não anda de trem, nem que seja o "trem bala", que hoje custaria 50 bilhões.

PS- Proibir pesquisas eleitorais ate 15 dias antes das eleições, é uma violência, rigorosamente inconstitucional, como toda violência. Esses Institutos erram muito, como aconteceu na ultima eleição. Não apenas presidencial, mas em muitos estados.

PS2- Chamei a atenção para o fato, critiquei abertamente e nominalmente, IBOPE e Datafolha. Isso não significa que pela proibição, exijam que eles acertem rigorosamente.

PS3- O que esses Institutos fazem pode ser chamado de pesquisa, levantamento, planejamento, não antecipação matemática de resultados. Se o objetivo fosse este, estariam substituindo a própria eleição.

PS4- Com a proibição, projetada por dois Poderes, Executivo e Legislativo, o terceiro Judiciário, não pode se omitir. Basta usar o badalado mas admirado, "é proibido proibir".








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