Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

*Titular: jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).


VOTAÇÃO DOS CONSELHOS FASCISTAS NO SENADO, NOVA DERROTA DE DILMA. ATÉ AS FÉRIAS, FORAM EM DATA ERRADA. NÃO CONSEGUE FORMAR O MINISTÉRIO.

HELIO FERNANDES

31.10.14

A presidente deveria ter viajado de férias para a Bahia, logo na segunda-feira. Até justo. Descansaria, meditaria (?), ficaria em contato permanente, a tecnologia de hoje, excelente. Não teria desgastado mais ainda, voltaria domingo depois de amanhã, preparada para as batalhas que a esperam, e que serão colossais.

Não, ficou aqui fazendo bobagem, desenterrando o inútil plebiscito do ano passado, e queria aprovar os Conselhos fascistas, usurpação do Congresso. Foi tão destroçada, que seu líder da Câmara, pediu para o resultado ser “simbólico”, não obteria nem 150 votos.

Antes de viajar se desnudou publicamente: “Espero que o Senado aprove esses Conselhos”. Foi rebatida imediatamente pelo ínclito Renan Calheiros: “O senado não aprovará o que a Câmara já derrotou”. Não é só por isso, ou pelo fato de muitos senadores importantes do senado terem sido derrotados. Mas sim porque esses Conselhos fascistas hostilizam visivelmente o Congresso.

Já recuou na proposta do plebiscito, o mesmo recuo de 2013. Parece que Dona Dilma tem uma agenda marcada num calendário velhíssimo e vai utilizando o passado, como se fosse à esperança do futuro. O cidadão-contribuinte-eleitor, está compreendendo o erro inacreditável que foi a reeleição.

Na campanha presidencial, criticou muito o Ministro da Fazenda anunciado por Aécio, se ganhasse lógico. Dona Dilma garantiu, “Arminio Fraga aumentará os juros”. Não sei quem disse a ela, já revelei aqui, o erro de indicar Arminio Fraga, ligadíssimo ao “investidor” Jorge Soros.

Atacando (no caso com meu aval) Arminio, dava a impressão de que com ela os juros ficariam parados, não subiriam pelo menos no momento. Pois subiram, contrariando e surpreendendo 80 por cento dos economistas ditos independentes e os outros 20 por cento comprometidissimos com todos os governos. E como o presidente do Banco Central votou pelo aumento, é lógico que “ouvia vozes”, do Planalto-Alvorada.

Todo o resto da economia, um dos setores mais importantes, continua intocável e inatangível. A inflação não melhora nem em 2015. Não ha confiança nem sinal de investimento. Dona Dilma não se lembra da infraestrutura, tudo está abandonado. Como o Mantega foi demitido em plena campanha presidencial, o que fazer?

Se tivesse tido coragem, vontade e discernimento, teria escolhido o novo e futuro Ministro da Fazenda, e começado a trabalhar. Mas sua insuficiência, inconsequência e imprevidência têm o mesmo peso e tamanho, desabam da mesma forma trágica como o “foguete”, que os americanos queriam colocar no espaço. A confusão e o tumulto de Dona Dilma na economia e na administração, do mesmo tamanho.

Fazenda e Casa Civil.

Dois cargos chave, já foram demitidos em outros governos, mas não podem ficar em suspense ou esperando a boa vontade de empresários, ou sua libertação, nomeando alguém da sua própria escolha. Há dias publiquei uma lista em que no Planalto falavam até no presidente do Bradesco, um homem armado no nome e desarmado nos apoios, logo rifado.

Ontem, jornalões e televisões mal informados, anunciaram: “O ministro da Fazenda será o ex-governador Jacques Wagner”. Há! Ha! Há! Será Ministro certo, mas ele mesmo não quer a Fazenda. Bom coordenador, conciliador e congredador, alem do mais, três vezes seguidas vencedor na Bahia, prefere a Casa Civil. Tem mais o seu perfil e capacidade de ação. Dilma não resolve.

Para a Fazenda insiste ainda nos bastidores com o nome de Nelson Barbosa, mas nem ela nem ele têm esperança da garantia da indicação, nomeação e atuação. Portanto, tudo em branco ou negro, e Dona Dilma descansando na Bahia.

Haverá uma vasta reforma ministerial. Nenhuma duvida. Só que Dilma sabe quem quer tirar, mas não acerta em quem pretende colocar. O episódio da entrevista de Gilberto Carvalho afirmando, “já sei dei tudo que tinha que dar”, é altamente elucidativo. Ele sabia que não ia ficar, talvez num cargo mais baixo, prefere ir para o Instituto Lula.

E nesse desabafo preventivo e premeditado do Ministro Secretario Geral da Presidência, e chute inicial da sucessão de 2018. Lula quer ser presidente daqui a quatro anos, com 73, e se chegar lá não descarta mais um mandato até os 81. Apesar de nada disso depender apenas do espaço Dilma-Lula, temos que aprofundar e olhar para o espaço, tão importante quanto o tempo.

Irei desenvolvendo essa questão-problema que pode se transformar em hostilidade, pelo menos de bastidores, vou examinando progressivamente. Não é assunto para tratar apenas num dia. Mas também não irá demorar muito.

Três urgências que Dona Dilma ainda não percebeu.

1 – Escolher o Ministro da Fazenda, agora e não esperar 2015. 2  - Anunciar se Tombini continuará no BC, de preferência com o nome substituto.

3 – Preencher a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo. Vazia desde que ele renunciou em junho-julho. Não será Luiz Eduardo Cardoso. O compromisso com ele será cumprido. Agora continua no ministério dentro de três ou quatro anos vai para o Supremo, “me preparei a vida inteira para isso”.

PS- Nem só de baixaria eleitoral, conflito político e equívocos de todas as formas, o tempo e espaço se esgotam. O futebol do Brasil cinco vezes campeão e ao mesmo tempo dos 7 a 1 da Alemanha, está morrendo, não podemos abandona-lo. Ontem, dois jogos tidos como importantíssimos, lamentável.

PS2- No Maracanã, para começo de conversa, afirmaram, “vamos lotar o estádio”. 40 mil pagantes e olhe lá. Os que não foram, que felicidade. Alem do crime cometido contra o símbolo mundial, que é o estádio, passou de 187 mil (oficiais) para 40 mil.

PS3- 10 minutos iniciais da partida e mais nada. O Flamengo venceu por 2 a 0, dois gols de bola parada, altamente duvidosas. Os dois times fizeram 122 faltas, 98 passes errados. É muito. Em Minas um gol legitimo anulado do Cruzeiro devia ter ganho de 2 a 0, também sem brilho ou competência. Os próximos jogos deveriam ser com portões fechados, mediocridade reservadas.

PS4- Inesperadamente. O PIB subiu nos EUA, os juros ficaram estáveis. O desemprego cresceu na Alemanha, e também no Chile, aqui elevadíssimo. Na Europa, idas e vindas, desacreditando economistas-analistas-adivinhadores. Mas em alguns dos países do euro, “confiança econômica em alta”.

PS5- Conclusão geral: a elevação de 0,25 nos juros, não era a prioridade de Tombini. Mas o resultado de 5 a 3 foi articulado por ele, que contribuiu com um voto. Impressão: ele está desejoso de permanecer no cargo. Não é crime, deslealdade ou excesso de ambição.

PS6- Começaram a falar em Luciano Coutinho para Ministro da Fazenda. Merece. Deu 400 milhões para o Corinthians, com as mesmas “garantias” que o Banco do Brasil recusou.

PS7- Deu bilhões a Eike Batista, quando estava no auge. Sem garantia, mas o Bradesco e Itaú também deram, nem se interessam em receber, já se satisfazem com o silencio.


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

AS PRIMEIRAS DERROTAS DE DONA DILMA, PREVISIVEIS E ININTERRUPTAS, DEIXANDO PELO CAMINHO PEDAÇOS DO SEU GOVERNO E DELA MESMO.

HELIO FERNANDES                                                                                                      30.10.14

Ninguém tinha dúvida a respeito da trajetória deste segundo governo de Dona Dilma. Ainda nem sobraram dois meses deste primeiro, mas já mostrou, está aberto e claro, o caminho que percorrerá. No primeiro, muita incompetência, vontade de autoritarismo, mas pouca truculência, apesar das ameaças á liberdade de Imprensa.

Tentava compensar a imprudência e os erros repetidos, dando a impressão do que defendia a democracia, que era ameaçada pelo PT e não por ela. Agora, sem futuro e sem poder pretender mais nada, vai se mostrar de corpo inteiro, pregar diálogos e praticar autoritarismo.

Não podia ser mais desarvorada, desinformada e destrambelhada, enfrentando um dos Poderes, o Legislativo, com duas propostas ditatoriais, nada Republicanas. A primeira o plebiscito, desenterrou a mesma proposta quando o povo foi para as ruas, em junho de 2013, na primeira manifestação das ruas. Derrotadíssima, como antes.

Embalada pelo gosto do desafio inglório e imprudente, mandou para o Congresso o Decreto Legislativo de usurpação clara do que é privativo do Legislativo. Esse decreto amplia o comando do Executivo, afronta e reduz o Congresso. Não imaginou que seria massacrada, na primeira votação depois da eleição presidencial.

Toda a base votou contra o governo, de tal maneira, que o próprio líder dessa base fez a proposta da “votação simbólica “. De 360 a 400 deputados votaria, contra, assim não se conhece publicamente o tamanho da derrota. Não acredito que seja apenas e desinformação do governo e sim a tentativa de desafio.

Mais do que imprudência e incompetência, é o desconhecimento da convicção da Câmara e do Senado. Acreditar que o Congresso votasse pela redução dos seus poderes, verdadeiros autocastração, loucura completa. Alem do mais, esse Conselho, com composição privativa do Executivo, seria a criação de um Legislativo paralelo, que se reuniria no Planalto, quando interessasse a Dona Dilma.

E esses Conselhos têm precedentes históricos de fascismo. Quando tomou o Poder em 1922, na sua famosa “marcha sobre Roma”, Mussolini começou a governar com a criação desses Conselhos. Mussolini se dizia socialista, era dono de um jornal tido como esquerda, o “II Popolo di Roma”. Logo governaria como fascista, se ligaria ao nazismo de Hitler.

Para terminar o assunto, que já está encerrado no Congresso, o Senado acompanhará a Câmara. Querer mostrar á comunidade que a derrota foi manifestação de vingança e ressentimento do presidente da Câmara, idiotice explicita. Quanto ao plebiscito idiota, Dona Dilma já recuou como aconteceu em 2013. Que governo vem por aí.

Dívida assustadora.

Estão falsificando os números do total que o governo deve com as Letras do Tesouro, e conseqüentemente, o que precisa ser economizado para a amortização, que chamam indevidamente de “superávit primário”. Falam que o governo precisaria no fim do ano de 90 BILHÕES. Desinformação ou deturpação.

No mercado, essas letras do tesouro totalizam 2 TRILHÕES e 200 BILHÕES. A parte do governo federal seria de 160 BILHÕES. Mas o total de 200 BILHÕES é todo de garantia do governo de Dona Dilma. Dizem que precisam de 90 BILHÕES, MENTIRA. Economizaram apenas 49 BILHÕES, VERDADE. O que fazer? 

Reforma política-partidária.

É imprescindível, mas Dona Dilma ficou isolada ao lançar a derrotadíssima ideia do passado, de plebiscito e constituinte exclusiva. Mas sugestão que tenha a mesma tramitação no Congresso da aprovada lei da Ficha Limpa, nada contra, até a favor.

Manifesto popular com 1 milhão e 500 mil assinaturas, enviado ao Congresso, pedindo ou exigindo  reforma, mas sem entrar em detalhes. O Legislativo apreciaria, decidiria, e então voltaria para a comunidade, como referendo SIM ou NÃO, longe do plebiscito.

Com urgência, alguém precisa assinar a Dona Dilma, a diferença entre referendo e plebiscito. Muitos que estão perto dela e conhecem o assunto, poderia, alerta-la. Mas ela é tão arrogante e mal humorada, que ninguém se arrisca a conversar, mesmo que seja para melhorar a reputação dela.

PS- Ontem revelei nomes que estão sendo citados ou estudados como novo Ministro da Fazenda. Da lista, da preferência de Dona Dilma apenas o ex-secretario Executivo do ministério, da preferência dela, mas que não têm força para nomeá-lo ou empossa-lo.

PS2 – Fiquei impressionado com o numero de pessoas que me contataram, de todas as maneiras, estranhando o fato de eu não ter colocado o nome de Mercadante. Não tem a menor chance, apesar de ser o mais antigo “quase” Ministro.

PS3- Eleito senado em 2002 (primeira vitória de Lula), era tido e havido como Ministro da Fazenda. O suplente no senado festejadissimo. Mas Mercadante ficou isolado no senado, não foi chamado para nada.

PS4- Em 2006, candidato ao governo de São Paulo, derrotadíssimo por Serra, voltou ao senado. Um ano depois, Lula indicou-o líder do governo no senado. Ficou apenas um ano, pediu demissão IRREVOGÁVEL. Aí o grande vexame, reprovado até pela família. Lula publicamente determinou que ficasse na liderança, explicando: “No meu governo quem diz o que é IRREVOGÁVEL sou eu”.

PS5- Em 2010 a segunda candidatura a governador. A segunda derrota, agora para Alckmin. Voltou para Brasília, sem cargo, futuro ou esperança. Surpreendentemente, Dona Dilma nomeou–o Ministro, duas vezes e depois para a Casa Civil. Mas falastrão, foi decaindo, até na preferência dela.

PS6- Agora um grupo tentou coloca-lo como “futuro” Ministro da Fazenda. O PT não quer, o empresariado repudia abertamente. Só poderia ser nomeado se Dona Dilma tentasse afrontar os vetos, coisa que não está disposta a fazer. Bastam as derrotas no Congresso e até na opinião pública.

PS7- O mercado de ações não está inseguro e apreensivo, e sim manipulado pelo “capital motel”, lógico, estrangeiro. Na segunda, venderam em massa, 1 bilhão de reais, a descoberto, botaram para baixo. Quando caiu 13 por cento, zeraram, lucro de 120 milhões. Na terça, compraram mais um bilhão a alta estava em 14 por cento, venderam, outros 130 milhões e lucro, 250 milhões em 24 horas.

PS8-Absurdo dos absurdos: estrangeiros não pagam imposto de renda. Ontem não atuaram, o mercado funcionou normalmente. As televisões noticiam, silenciam, se omitem, não explicam coisa alguma.





quarta-feira, 29 de outubro de 2014

*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Agora com suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

TRES CARGOS DISPUTADÍSSIMOS: BANCO CENTRAL, PETROBRAS, MINISTERIO DA FAZENDA. DILMA E O PAÍS,  PERDEM TEMPO.

HELIO FERNANDES

Um dia, jornalistas pediram ao presidente Roosevelt para definir a extensão dos Três Poderes. De forma simples e elucidativa, respondeu. “O legislativo legisla, o Executivo executa e o Judiciário diz aquilo que o Legislativo legislou e o Executivo executou, é constitucional”. Foi eleito quatro vezes, todos acreditavam que obteria mais um mandato, o quinto, morreu no início do quarto, com 61 anos.

Falastrona, atrapalhada, sem charme e sem liderança, apenas mal humorada, recorre sempre ao lugar comum, repete as mesmas tolices, deforma as palavras, deturpa até o sentido que elas devem ter. E volta com idiotices de antes, como essa proposta de reforma política através de plebiscito. 

Ontem fulminei essa ideia (?), que já fora derrotada em junho de 2013, quando queria “constituinte exclusiva”, “plebiscito”, “referendo”. Em menos de 24 horas recuou derrotada, volta o assunto 1 ano e meio depois.

Insiste desbragadamente na vontade de “dialogar”, lança a palavra de ordem primaria e inconstitucional, “vou governar com a sociedade”, E reforça a ideia de “conselhos populares”, como se isso fosse democrático. Tem que governar com a sociedade, nem precisava se expor. Mas não vai ás ruas, de casa em casa pelo país todo, perguntando aos moradores: “o senhor está satisfeito?”.

48 horas depois de uma eleição que escolheu deputados, senadores, governadores e o próprio presidente, o Congresso conquistou o direito de ser a REPRESENTATIVIDADE, é com o Congresso que tem que exercer o mandato.

Como venho propondo há mais de 30 anos, essa reforma político-partidária é imprescindível. Mas proposta pelo Executivo e aprovada pelo Congresso ou vice-versa. Mesmo que não preencham todas as reformas, pois só falam no financiamento de campanhas.

Mas a primeira e a mais importante dessas modificações políticas para regular o eleitoral, é a existência dos partidos, a sobrevivência de legendas puramente de aluguel. É impossível conviver e governar com 28 partidos, muitos, a maioria absoluta com o bolso aberto para o Fundo Partidário e a voracidade desigual do “horário gratuito”.

Dona Dilma não consegue formar o ministério.

Não pode repetir o mandato com 38 ou 39 Ministros, mas nada indica que execute uma redução. Todos os ministérios são importantes. Mas no momento, pelas circunstancia, três cargos têm prioridade absoluta. Banco Central, Petrobras, e Ministério da Fazenda. Como não deixam dúvidas, consequência da arrogância que ninguém sabe de onde veio, sempre se coloca como vencedora no primeiro turno.

Portanto já devia estar em condições de preencher esses três cargos, nenhum deles pode esperar pelo inicio do segundo mandato. Tombini, no BC, não recebeu nenhum sinal de que vá continuar ou se perderá a posição. (Nessa incerteza total, já decidirá hoje sobre os juros. Não sabendo até onde vai seu poder, deixará que fiquem nesses trágicos 11 por cento).

Se o presidente do BC não sabe de sai ou fica, o presidente da maior e mais vulnerável empresa brasileira, já devia ter pedido demissão. Graça Foster não tem a menor condição de continuar presidindo a Petrobras. Mas como Dilma disse varias vezes “é minha maior amiga”, e como definição da própria Dilma, “governar é favorecer amigos”, tentará manter Dona Graça.

Não conseguirá. Embora ninguém possa acusar Dona Graça de se aproveitar dos dinheiros públicos e da fantástica acumulação de recursos que escorrem pelo lamaçal da Avenida Chile, as palavras omissão cumplicidade omissão podem ser utilizadas.

(Embora Dona Graça não tenha nada a ver com o perfil de Getúlio Vargas, pode ser dito dela, o que se dizia do ditador: Não roubava pessoalmente, mas não se preocupava com os que enriqueceriam, á margem ou até dentro do próprio governo, ditatorialmente comandado por ele).

No caso da Petrobras e do silencio de dona Graça, uma dificuldade ainda maior: não surgiu até agora nem a sugestão de um nome sequer. E se me pedissem para indicar um presidente para a maior empresa do Brasil, não tenho a menor ideia de quem poderia ser.

A avalanche de nomes para o Ministério da Fazenda.

Dona Marina foi “sacrificada” e “imolada” no altar da baixaria, acusada de entregar o Banco Central INDEPENDENTE ou com AUTONOMIA á Neca Setubal. (Itaú). Aécio Neves fez uma indicação previa, que foi um dos pontos frágeis de sua campanha: “meu Ministro da Fazenda será Arminio Fraga”. Indicação errada sempre, principalmente neste momento dominado pela incredulidade.

Dona Dilma tem um nome preferido, vem conversando com ele sigilosamente, desde que insensatamente demitiu antecipadamente Mantega. Seu nome: Nelson Barbosa, foi Secretario Executivo do próprio Mantega, saiu por vontade própria.

Esse cargo é aparentemente importante, mas é vegetativo. A inveja e o ciúme estão sempre presentes, atormentando o ministro e decepcionando o Secretario-Executivo.

É bom nome, mas com uma deficiência: não tem relacionamento maior com o empresariado, principalmente de São Paulo. Considerando que “fomos prejudicados durante quatro anos, queremos indicar o Ministro”. A preferência aberta e não escondida: Henrique Meirelles, durante o primeiro mandato de Lula, todo ele como presidente do Banco Central. Lula dizia e repetia: “fico esperando Meirelles e Palocci me darem sinal verde para baixar os juros”.

Esse Palocci, foi demitido pelo próprio Lula, reabilitado por Dona Dilma, novamente afastado por ela, “excesso de irregularidades”. Meirelles sumiu, só era visto e ouvido junto com empresários de São Paulo. Meirelles é tecnicamente competente, afinal fez carreira de sucesso no exterior, enriquecendo e presidindo bancos importantes. Mas é o que serve melhor ao interesse nacional?

Os empresários se refugiam na informação que tem um fundo de verdade: “só teremos confiança para investir se tivermos confiança e segurança com o Ministro nomeado”, Não fecham ou encerram a lista com nome de Meirelles.

Desde a segunda-feira surgiu no Planalto Alvorada o nome de Trabuco, presidente do Bradesco. Apoiado pelos mesmos que vetavam a herdeiros de pouco mais de 1 por cento do Itaú. Armado ou desarmado com esse nome que é uma arma, é praticamente desconhecido.

Os empresários de São Paulo, no que chamam de “demonstração de boa vontade” sugeriram o nome de Gerdau. É empresário, convive bem com o Planalto, tem relacionamento com, Dilma. Só que todos consideram que seu tempo já passou e também porque era do Conselho da Petrobras no escândalo de Pasadena, jamais se definiu.

PS- Dona Dilma aparentemente insiste em Nelson Barbosa, com quem se encontrou na segunda-feira, no Alvorada, depois das 10 da noite. No dia seguinte, terça, Mantega convocou entrevista relâmpago com a imprensa. Foi ordem ou tentativa de se fazer presente?

PS2- Alguns dizem que a insistência com o ex-Secretario-Executivo é uma forma de negociar não dar a impressão de que se rendeu. Da mediocridade de Dona Dilma, pode se esperar tudo.

PS3- Enquanto isso, ela vai retumbando nos diálogos, eufemismo, longe, bem longe dos “Diálogos” de Platão.

PS4- Enquanto isso, o “mercado”, não revela insatisfação e sim especulação. Petrobras cai para 12 por cento na segunda, sobre 14 por cento ontem, terça. Isso não existe como apreensão.

PS5- A Justiça da Itália negou a extradição de Henrique Pizzolato, réu condenado pela mensalão. Apesar de alguns argumentos sólidos e constitucionais, não há dúvida: a decisão é uma represália ao Brasil, no caso Batistti.

PS6- Pizzolato já está em liberdade, e ficará na Itália por 12 anos, só não pode sair do país, fora de lá será preso pela Interpol. Só uma exceção: que o Ministro da Justiça, revogue a decisão judicial, e conceda a extradição. Na questão, lá como aqui, o governo está hierarquicamente acima da Justiça. Mas isso é remotíssimo.



terça-feira, 28 de outubro de 2014


*Blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

NUM PAÍS DE TANTOS GOLPES E MILITARISMO TORTURADOR, COMEÇAMOS UM NOVO PERÍODO. SEM GOLPE MILITAR, MAS TUMULTO NA CONTINUIDADE SEM ALTERNANCIA.

HELIO FERNANDES

Qualquer analise da eleição presidencial de domingo tem que começar pelo número enorme de eleitores inscritos, e a colossal abstenção, votos nulos e brancos. Especialistas disseram que “esteve na média histórica de outras eleições”, o que está muito distante da realidade.

O eleitorado brasileiro vem crescendo todo ano ou toda eleição. Mas os que não comparecem ou não votam, é proporcionalmente muito maior. Números que não podem ser eliminados, são estatísticos e indestrutíveis.

No primeiro e segundo turno, praticamente o mesmo total: 140 milhões de cidadãos em condições de exercer o voto, mas jogando fora a possibilidade de influir, influenciar e modificar o resultado final.

Os que inscreveram obrigatoriamente e não votaram, chega ser altíssimos. E se dividem em três grupos. 1 – Abstinência, os que não se dão o trabalho de sair de casa. É impressionante a coincidência entre todos os estados. Média 19 a 21 por cento.

2- Votos brancos, muito baixo, entre 1 e 3 por cento, raramente no total mais alto. 3- Votos nulos: mudanças grandes entre estados. Muitos em 1 ou 2 por cento, mas vários chegando a 7 por cento. Não dá para fazer média.

Mas numa soma não exagerada, nos três tipos “de não voto em ninguém”, 25 por cento, o que é muito. Esse um quarto de 140 milhões, dá exatamente 35 milhões, lógico pode ser tanto para um lado quanto para o outro.

Como a tendência dos “governistas” é votar, Dona Dilma não foi prejudicada. Sem que isso inocente o adversário, Aécio. Ele pode não escapar da condenação de não ter seduzido o eleitor para aproveitar o voto, que naturalmente iria para a oposição.

De qualquer maneira, é preciso examinar o problema, gravíssimo. Talvez a solução esteja em acabar com o “voto obrigatório”, que quase não existem no mundo.

Mas conheço e reconheço os efeitos colaterais, de corrupção e oportunismo com o voto livre de vontade. Sem as garras e os grilhões do “vota ou morre”.

Dona Dilma falou muito, esqueceu o mais importante, a economia.

O setor onde errou, exageradamente não mereceu nem uma citação de beira de página. Falou na “reforma política”, (imprescindível), mas usando os velhos chavões da incompetência. Deu prioridade á reforma política, (nada contra), mas usando constituinte exclusiva, plebiscito, referendo.

As mesmas coisas que lançou a partir de junho de 2013, quando o povo foi para as ruas, e uma das mais assustadas era ela. Essa reforma política tem que ser feita entre o Executivo e o Legislativo, que acabam de sair de uma eleição direta e praticamente plebiscitária. Retirar essa reforma urgente e indispensável do âmbito e da decisão dos Poderes Republicanos, é erro incrível com jeito de usurpação.

Dona Dilma eleita duvidosamente e favorecida com o aproveitamento da máquina, que não foi criada pelo PT, mas ele é o grande beneficiário, precisa estudar um pouco e aprender que o referendo ou o plebiscito têm que ser utilizado para um único assunto e não para a reforma política. Esta no mínimo com 30 itens que precisam ser inutilizados, regulamentados ou garantidos pelo aval do Executivo e Legislativo
.
PS- Dois exemplos de referendo ou plebiscito para assuntos diferentes. 6 de junho de 1963, referendo convocado pelo presidente João Goulart sobre Presidencialismo ou Parlamentarismo. SIM ou NÃO, o votou povo amplamente pelo presidencialismo, não precisou de mais nada.

PS2- Há pouco, referendo sobre independência da Escócia. Duas variantes colocadas diante do cidadão. Muita gente era a favor da independência, mas achou que iria piorar a vida, votou para ficar como estava.

2- Para terminar por hoje, agora estamos começando a temporada de análises, comprometida única e exclusivamente com o progresso e a consolidação do futuro. Trata-se do novo ou futuro Ministro da Fazenda, A coluna de amanhã, altamente elucidativa, e até com o nome do Ministro. Já escolhido, convidado e conversando com Dona Dilma.

PS4- O Ministro Mantega, que em junho soube pelos jornais e pela televisão, que “não seria mais ministro num novo governo Dilma,” apareceu publicamente ontem. Convocou, ÁS PRESSAS, entrevista coletiva, com apenas três perguntas no total de jornalistas. O quase ex-ministro acaba não indo para o FMI.

Surpresas e rotina, na escolha de governadores.

São Paulo - O Maior contingente eleitoral com vitoria total do PSDB. Alckmin se elegeu no primeiro turno, facilmente. Seu projeto de tentar a presidência pela segunda vez em 2018, “engarrafa” a legenda. A votação de Aécio vai coloca-lo em evidencia total. E sua grande vitoria em SP, também outro fator que pode e deve tumultuar a PSDB.

Dado importantíssimo que não pode ser desprezado: Serra voltou facilmente ao Senado, derrotando Suplicy que exercia o mandato desde 1998. Serra em 2018 estará com 76 anos, em plena atividade.

Minas – A derrota de Aécio, para governador e presidente foi a pior coisa que lhe podia acontecer. E é irreparável.

Estado do Rio – Há três meses, quando o senador Dornelles organizou a “Aezão”, escrevi aqui: “O senador será candidato à vice”. E como está fechado com Aezão, este será o governador. Aconteceu. Alem do mais, Pezão proibiu Cabralzinho de aparecer, ótimo trunfo. Na vitoria dedicou-a ao ex-governador, generosidade.

Amazonas – Surpresas até para este repórter. O senador Eduardo Braga, líder de Dilma no Senado, desde que deixou o governo e se elegeu senador com a mulher de suplente, tinha o projeto revelado por mim. Voltar a governar o estado e a mulher assumir no senado. Lula e Dilma foram lá duas vezes, derrotadíssimos.

O prefeito Artur Virgilio foi a grande sensação na derrota de Eduardo Braga, E uma represália a Lula que em 2006, fez tudo para que Virgilio não se reelegesse senador.  Diplomata de carreira, Virgilio “pediu o posto”, ficou 5 anos no exterior. Voltou, se elegeu prefeito, atropelando Lula, Dilma e a senadora do PC do B, Vanessa Grazziotin. E teve o apoio notável de Omar Aziz, eleito senador.

Agora Braga volta ao senado, à mulher continua suplente, o que ele ira fazer em 2018? Tentar a reeleição para o senado ou disputar novamente o governo, perdendo para Omar Aziz? Artur Virgilio já decidiu: disputará em 2016 a reeleição para prefeito de Manaus.

Rio Grande do Norte – Acreditava que com 10 mandatos na Câmara e 70 anos de idade, ganhasse no primeiro turno. Não ganhou nem no primeiro nem no segundo. Esta desequilibrado e suspenso no ar. É deputado e presidente da Câmara até 31 de janeiro. E depois? Continua sendo Henrique Eduardo Alves, mas sem mandato.

Pará e Maranhão – caciques do PMDB derrotadíssimos, Jader Barbalho achava que o filho (que escondia o sobrenome) vencesse no primeiro turno. Perdeu para Jatene, que nem queria disputar a reeleição, atendeu pedido pessoa de Aécio.

Os Sarney e os Lobão, foram dizimados pelo candidato do PC do B, e pela propaganda do Lobãozinho, com slogan idiota e sem autenticidade: “Me ajudem a livrar o Maranhão do comunismo”. Sarney e a filha não se candidataram, ela pode voltar ao governo ou ao senado em 2018, serão duas vagas.

Os Lobão, pai e filho têm que dividir o mandato no senado, haja o que houver fim de linha para os dois.

Bahia – Grande vitoria de Jaques Wagner, a terceira seguida contra herdeiros poderosos de ACM-Corleone. Eleito e reeleito, lançou como sucessor um desconhecido, constrangimento quase veto da cúpula nacional. Venceu Paulo Souto, que já havia derrotado pessoalmente em 2006. A partir de 1º de janeiro irá para Brasília com grande cacife. A vitoria eleitoral, é sempre excelente referencia e sedução para o futuro.

Ceará – Eunicio, favoritíssimo, recusou convite de Dona Dilma em novembro passado, para ser ministro e desistir do governo. Era pedido dos irmãos Ciro e Cid Gomes. Lançaram um desconhecido, vencedor que garantiu o futuro dos irmãos. Principalmente do governador que já se acertou com Dona Dilma: irá para o exterior ficará dois anos. Ciro vai para Brasília, sempre existe futuro para um personagem como ele.

Pernambuco - Paulo Camara estava longe quando seu grande amigo Eduardo Campos morreu. Atropelou, ganhou com enorme facilidade. Distrito Federal – Rollemberg era o terceiro colocado, quando Arruda saiu da Papuda com 32 por cento de votos, Não conseguiu se manter, lançou Frejat, que se destacou. Agnelo Queiroz, com uma rejeição compatível com sua incompetência, ficou bem longe. Ótimo para a capital da mordomia, que tem a maior renda per capita do país.

Acre – Tião Viana ia perdendo a reeleição, e arruinando o futuro da família. Nos últimos saltos ficou na frente por diferença mínima. Roraima – Citado aqui, não pela importância do estado, mas pelo sucesso do “ficha suja”, que impedido, coloca a mulher na disputa e ganha. Suely Campos substituiu o marido Neudo Campos, a primeira mulher a vencer como herdeira do marido vetado.






segunda-feira, 27 de outubro de 2014

*Esse é o blog oficial do jornalista Helio Fernandes que durante 46 anos foi diretor do jornal Tribuna da Imprensa. Aqui  teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR).

O RAIO CAIU PELA SEGUNDA VEZ NO PLANALTO: CONTINUIDADE, DESESPERANÇA, INCOMPETÊNCIA.

HELIO FERNANDES

Começo a analisar e escrever ás oito da manhã deste domingo final, sabendo que o resultado oficial será anunciado ás 8 da noite. Mas nessas 12 horas de espera, muitas duvidas e dívidas a lembrar e até esclarecer.

As dúvidas são dos 140 milhões de eleitores inscritos, embora no primeiro turno o número de aptos a votarem tivesse o mesmo total. Mas quase 30 milhões não se interessaram ou não se deixaram seduzir pelos candidatos. A tendência é a mesma, pode haver alteração, digamos 20 milhões não votem ou anulem o voto. De qualquer maneira, aumento substancial para os dois candidatos. E para os brasileiros, a realidade dos próximos quatro anos.

As dividas correspondem ás promessas e aos compromissos dos dois candidatos. A partir da comunicação do Tribunal Eleitoral, o povão do país, citemo-lo pelo número de habitantes, 204 milhões saberão o que esperar do futuro. 
A continuidade, incompetente, desesperançada, antidemocrática, conhecida e sem alternância. Ou a novidade com alternância democrática, esperança, e crença na mudança, mesmo que fluida e insegura.

Todos conhecem a tragédia desses quatro anos de Dona Dilma, raros acreditam que possa mudar. Praticou tanta baixaria, mentiu tanto ao governo e na campanha que é difícil que se projete com mudanças. Usou e abusou do slogan, “novo governo, novas ideias”. Não uso a palavra “apostar”, tão utilizada por analistas, pois não se trata dessa palavra e sim de outra, poderosa e portentosa, E-S-C-O-L-H-E-R.

A reeleição comprada e paga por FHC para ele mesmo em 1998, agora se volta contra Aécio, do mesmo partido, embora mais confiável do que o personagem que rasgou a Constituição e prolongou o próprio governo, praticando abusiva e perdulariamente, o “retrocesso de 80 anos em 8”. Se for eleito, Aécio tem que começar, obrigatoriamente pelo compromisso mais importante: acabar coma reeleição inventada pelo correligionário.

Se Aécio vencer, governará com tremenda e visível dificuldade, já que a diferença entre o primeiro e segundo colocado, mínima. E essa diferença quase imperceptível se projetará para os quatro anos seguintes. Já Dona Dilma pode ganhar, ser diplomada e empossada, mas terá que enfrentar as acusações dos personagens enquadrados ou beneficiados pelo que chamam, e não apenas no Brasil, de “delação premiada”.

É uma decisão constitucional e compreensível. Troca-se corruptos com punições menores, por corruptores, sempre maios importantes e impunes. 

É evidente que o Ministério Publico e a Policia Federal, que “contrataram” com os delatores, sabem o que fizeram e conquistaram, os documentos que estão enclausurados em cofres, da mesma forma que esses delatores, serão punidos e enclausurados sabem o que fizeram e conquistaram, afastados da vida pública.

13 empreiteiras poderosas e dominadoras, mais Dilma e Lula, que “não sabiam de nada”, como aconteceu com o ex-presidente no mensalão. Sempre escrevi na Tribuna impressa e depois, nos blogs que Lula sabia de tudo e devia ter entrado no julgamento do mensalão.

Como deve acontecer agora com ele e a sucessora. Ah! Poeta, 2018 deixou de ser um retrato notoriamente esboçado, continua doendo e doerá muito mais com a perda da liberdade. Todo tempo de impunidade já é lucro.

Publica e notoriamente não tenho simpatia ou admiração jornalística pela revista Veja, que se instalou e se projetou no Brasil em 1968, em plena ditadura. Mas tem todo direito de mudar a data de sua publicação e veicular o que bem entender. E responder perante a lei por DANOS MORAIS, pagar indenização se a Justiça condena-la.

Mas Dona Dilma que se diz de esquerda, exibe a convicção fascista, EXIGINDO que a revista não circulasse. E ganha em parte com a decisão de um membro do TSE, que estranhamente PROIBIU a Veja de reproduzir no site como faz habitualmente, o que está na capa impressa. Total cerceamento da LIBERDADE DE IMPRENSA, é o “chavismo, madurismo e bolivarianismo”, tão grato a Dona Dilma.

Nas duvidas que só terminarão às oito da noite, uma contribuição muito grande dos Institutos de pesquisa. Quatro deles, Sensus, Ibope, Datafolha e CNT, (Conselho Nacional de Transporte) apresentaram resultados inteiramente diferentes.

O Sensus apresenta Aécio vitorioso, 55 a 45. O Ibope chama Dilma de presidente reeleita, 54 a 48, seis pontos que não podem ser anulados em 30 horas, desde que revelaram a pesquisa, até á glorificação oficial.

O Datafolha se refugia num “empate técnico”, o CNT, garante que Aécio terá 50,3 e Dilma 49,7. Diferença mínima que pode até acontecer. Fica dentro da margem que se acredita. Mesmo assim, sem credibilidade.

Às oito da noite, a tragédia anunciada.

Até, aqui, muitos bastidores, estimativas, pesquisas e rumores da campanha, a partir de agora, fatos, fatos, fatos. Por mais que sejam lancinantes, e representem a menor diferença de todas às eleições diretas depois da ditadura, vai levar Dona Dilma á segunda posse.

Não é surpreendente mas é um perigo para o país e seus 204 milhões de habitantes. Se todos sabem o que vem acontecendo nos quatro anos, que se completam, é difícil imaginar que se repitam. Mas mais difícil, quase impossível, acreditar que a mesma donataria do Planalto Alvorada, seja capas de operar reviravolta.

Uma coisa e preciso registrar para provar a imprevidência de Dona Dilma. Sua afirmação em junho, espetacular: “Mantega não será Ministro da Fazenda no meu segundo governo”. Era o máximo em matéria de arrogância, mas não deu o menor sinal de quem seria, (agora quem será) esse Ministro da Fazenda.

Os Institutos que se arriscaram, perderam.  Sensus e CNT, davam vitoria a Aécio, por diferença minimissima, e apesar de não terem a mesma repercussão do IBOPE e do Datafolha, não acertaram.

O Ibope consagrava Dilma e anunciava até a margem dessa consagração: seis pontos. Ficou longe do número anunciado, mas não teve duvida da vitoria. O Datafolha, se “refugiou” no empate técnico, o que não é pesquisa. Apenas uma tentativa de não passar o vexame da boca de urna do primeiro turno, não perder, embora também sem ganhar. Mas é inegável: a vitoria de Dona Dilma ficou dentro do “erro” da margem técnica.

PS- O fato está consumado como eleição, como posse, mas não como permanência até 2018. Quem pode garantir e acreditar que ela não sabia nada dos escândalos da Petrobras? Será dificílimo governar, mas isso era e é o mais fácil de entender.

PS2- Dona Dilma colocou no final, 3 milhões de votos sobre o adversário Aécio. Este facilitou a vitoria de Dona Dilma andando com FHC a tiracolo.

PS3- Com isso ninguém esquecia do “retrocesso” de FHC, e que o PSDB no governo poderia ser a repetição dos oito anos de FHC. Principalmente os últimos quatro.






sábado, 25 de outubro de 2014

SE AS PESQUISAS ACERTAREM E DONA DILMA FOR REELEITA, O RAIO TERÁ CAÍDO DUAS VEZES NO MESMO LUGAR. QUE REPÚBLICA.

HELIO FERNANDES
Amanhã, domingo, haverá o último lance da sucessão presidencial deste 2014.  No primeiro turno estavam em condições votar, 137 milhões de eleitores. O nível dos que de uma forma ou de outra demonstraram seu total desprezo e desinteresse pela escolha, foi altíssimo. Quase 30 milhões que exerceram o seu protesto, das três formas possíveis. 1 - Anulado o voto. 2 - Votando em branco, praticamente a mesma coisa. 3 - Se abstendo, não saindo de casa e portanto não comparecendo. O voto teoricamente é obrigatório. Mas como a multa quem não comparecer, é mínima e irrisória, um número colossal, faz a opção da ausência.
Agora, tudo é discutido e discutível. Um grupo garante que o total de vontade deste segundo turno será muito maior do que no primeiro turno. Não existe lógica, argumento ou segurança, nessa previsão de votantes maior, o que pode até acontecer. Mas é suposição vaga e sem lastro suficiente para qualquer aceitação ou afirmação.
Datafolha, IBOPE, Sensus.
A tentativa de adivinhação, invade e domina a ação e atuação dos Institutos. Os dois primeiros, derrotadíssimos no primeiro tentam se reabilitar de todas as formas, com pesquisas diárias, Na primeira, publicada 24 horas depois do primeiro turno uma imprudência total: colocaram Aécio na frente, ele 46%, Dona Dilma 44. Poucos acreditaram, mas as televisões e jornais impressos, deram enorme repercussão.
Foram passando dos dias, e de acordo com os dois Institutos, Dona Dilma "melhorava" em todas as pesquisas, levantamentos, apreciação e conclusão. Até a "avaliação" do governo Dilma para eles subiu 6 pontos. Descrédito total, pois nos 10 dias que faltavam para o segundo turno, Dona Dilma não fez nada, "desgovernou" desde a eleição e a posse. Portanto por que a apreciação da sua administração subiu tanto?
Até que anteontem, quinta feira, Datafolha e Ibope decidiram por um cheque mate, com a autoridade de um jogador de xadrez que jogasse sozinho: "Dilma pela primeira vez no segundo turno, ultrapassou Aécio”. E concluíram: “Dilma está oito pontos na frente de Aécio na apuração dos Votos Validos”. Isso na quinta, jogando no mar tudo o que ainda poderia acontecer nas últimas 72 horas, concluindo o ultimo debate, na TV-Globo. Pelas conclusões e arrogância dos dois Institutos, poderiam até eliminar e não realizar esse debate. Datafolha e Ibope garantem, não tem mais importância.
Milhões acreditaram nessa vantagem de Dona Dilma que seria baseada, sustentada e garantida por três itens: baixaria, maquina e tradição. Ninguém, em nenhuma sucessão presidencial, um candidato, recorreu á mais selvagem violação das regras da moral, da ética e da dignidade do que Dona Dilma.
Para manter esses novos quatro anos no Planalto-Alvorada, só o pessoal e o gozo material do poder. Com isso destruiu Dona Marina, pela razão muito simples, simplória e até ingênua, acreditava que a adversaria era ela.
Quando Aécio nos últimos dias, sem os pesquisadores perceberam, passou para o segundo turno, Dona Dilma continuou mergulhada no lixo, mas com a obsessão que esse lixo atingisse e “colasse” em Aécio. Pois ele era o concorrente que precisava ser aniquilado e derrotado.
A maquina é imprescindível, indispensável e irrevogável. É impossível separar o presidente do candidato, o presidente não se licencia nem deixa o poder. Mas o candidato não pode ser cerceado, representa uma legenda, a lei tem que ser cumprida. Mas essa degradação política eleitoral, que comprou e abusou da reeleição, que 16 anos viria atingir e um candidato do seu o partido, Aécio do PSDB, foi FHC, do mesmo PSDB.
E finalmente a constatação: desde que o segundo turno surgiu em qualquer país, nenhum candidato perdeu no primeiro turno e ganhou no segundo. Esse segundo começou na França, em 1960, imposto pelo candidato á presidência, De Gaulle. Se chamava Ballotage. De Gaulle foi para o segundo turno com Mitterrand, que não queria disputar, mas forçado pelo Partido Socialista. Depois, em 1974, Mitterrand perderia para Giscard d`Estaing e ganharia dele em 1981, sempre o presidente vencendo nos dois turnos.
O Sensus entrou em cena na sexta, desmontando e desmentindo.
O Sensus apareceu com sua pesquisa ontem, sexta-feira, 24 horas depois do Datafolha e Ibope revelarem (?) praticamente dando a vitoria a Dona Dilma, ou influenciando para que isso acontecesse. O Sensus apresenta a “simulação” final com os “votos válidos”, sem brancos, nulos e as abstenções. Encontra e publica 54,5 para Aécio, 45,5 para Dona Dilma.
As pesquisas de quinta feira, sujeitos a trancos e barrancos, por acaso ou coincidência, a forma de Dona Dilma administrar. Mas sem nenhuma credibilidade, nela e nos Institutos pesquisadores.
PS- Não percam as últimas 24 ou 48 horas. Haja o que houver, Institutos não acertarão novamente nas pesquisas. Tendo o nome que tiverem.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

EM 48 HORAS, MILHÕES DE BRASILEIROS, DECIDIRÃO. A QUASE CERTEZA DA ESPERANÇA NA DEMOCRACIA DA ALTERNACIA. OU A AMARGA DESESPERANÇA DA IMPRUDENCIA E INCOMPETENCIA DA PERMANENCIA SEM DEMOCRACIA.

HELIO FERNANDES

Hoje, o último confronto, quase diria conflito entre Dona Dilma e Aécio. Duvidas completas atingindo praticamente a todos.  O cidadão-contribuinte-eleitor, que as pesquisas insistem em rotular de indecisos, quando na verdade não se convenceram de nada. Daí essa diferença mínima e verdadeira incógnita, que começou 24 horas depois do primeiro turno, e se mantém até agora.

O Datafolha e o Ibope, que erraram tremendamente nas previsões do primeiro turno, sofrem e se dilaceram na tentativa de acertar agora. Mas vejam só: dão aumento de seis por cento nos que achavam o “governo Dilma, ótimo ou excelente”. Ora se ela não fez nada, nesses 10 dias, apenas injuriou, difamou e caluniou, por que melhorou de cotação?
O que será do Brasil, com Aécio presidente? No estranho, esdrúxulo e extravagante regime presidencialista-pluripartidário, que só existe neste país, o presidente é muito mais importante do que os partidos. O presidente é um só, as legendas são trinta e duas, por enquanto.

Analisando até sem muita profundidade, a constatação: o presidente, se tiver vontade, personalidade, autenticidade, credibilidade, estará muito acima dos partidos. Não terá a menor necessidade desse troca-troca impiedoso, que vem se mantendo no poder desde 1994, até agora, 2014.

Oito anos do PSDB e de FHC. 12 anos do PT, dividido entre Lula e Dona Dilma. Ela quer igualar os tempos de presidente, não importa que ele tente voltar em 2018, aos 73 anos de idade. Não examino nem analiso problemas ou sucessão, que só acontecerão em 2018, ou seja, tempo e espaço dispersos ou desperdiçados, principalmente se tiver Dona Dilma como reeleita.

Só poderemos acreditar em Aécio, votando nele. Tem compromissos que não poderá deixar de cumprir, começando pelo fim da reeleição. Há mais de trinta anos combato a reeleição, que também foi desprezada e desesperançada por todos os constituintes e Constituições.

Não pensem nos partidos e sim nos presidenciáveis. Imaginem 513 deputados repartidos entre 32 legendas; O presidente é apenas um só, seu mandato até agora de quatro anos, pelo compromisso de Aécio, passará a cinco, nem mais nem menos. Mais, de jeito algum. Menos, pela decisão da maioria, já falei na turbulência que o eleito terá que enfrentar, no caminho mais do que previsível do impeachment.

Não custa repetir o que já afirmei: só conheceremos os rumos do Brasil com Aécio Neves, votando nele. Ou então, numa premissa rigorosamente verdadeira, só poderemos sonhar com um Brasil diferente, não votando novamente em Dona Dilma. Presidente por acaso ou omissão geral, Dona Dilma quer mais indiferença do eleitor, para habitar por outros quatro anos, o Planalto e o Alvorada.

Para ela, o verbo reeleição, é exatamente esse, HABITAR. Administrar não passa pela sua mente ou pela sua trajetória e vida. Disputou apenas uma eleição, diretamente para presidente. E foi eleita pelos votos de Lula, que com ela, transformou “postes” em malabaristas políticos e eleitorais. (O que não repetiu agora em São Paulo).

Ao contrario de Dona Dilma, Aécio disputou tudo pelo voto, merece a chance e a oportunidade de chegar a presidente. Deputado federal, presidiu a Câmara. Governador de Minas em dois mandatos, saiu com aprovação de 92% por cento do eleitorado. Escolha unanime do seu partido.

Não importa que esse partido se chama PSDB e tenha tido um único presidente-tragédia-catástrofe, que foi FHC. Ele não terá ascendência ou domínio sobre Aécio, já pediu e obteve a concordância: será embaixador na IONU, bem distante de Brasília.

PS- O debate de hoje, na Globo, encerra a fase da campanha eleitoral. É impossível dizer o que acontecerá. Não há duvida de que se apresentarão numa televisão do sudeste, disputando os votos decisivos do próprio sudeste.

PS2- São Paulo, Minas e Estado do Rio consolidarão a vitória, ou determinarão a derrota. São os três maiores redutos eleitorais, em cada um deles ou em todos, não existe supremacia eleitoral.

PS3- E essa supremacia eleitoral continua escondida pelo fato de não haver superioridade política. Trocando de nomes do presidente, é bem possível, quase certo, que desapareça o amaldiçoado troca-troca. É o que o povo espera de um Brasil sem REELEIÇÂO.





quinta-feira, 23 de outubro de 2014

RECOMENDO AÉCIO SEM NENHUM ENTUSIASMO. MAS COM A CERTEZA DA TRAGÉDIA DE MAIS QUATRO ANOS DILMA - PT. ATÉ OS ÚLTIMOS QUATRO DIAS DELA, INSUPORTÁVEIS.


*Esse é o blog oficial do jornalista e fundador do jornal Tribuna da Imprensa, Helio Fernandes.  A partir de agora teremos suas matérias exclusivas, e também a participação de colunistas especialmente convidados. (NR)


HELIO FERNANDES


Muita gente pode achar estranho, insuspeitavel e inexplicável, até mesmo a revelação convicção que está no titulo. Para mim um combatente como este repórter, antes, durante e depois do golpe, altamente compreensível. A posição publica de hoje, é a mesma de ontem, mas principalmente a grande preocupação do futuro do Brasil.
Há meses venho escrevendo: “Se Dona Dilma for reeleita, os próximos quatro anos estarão com trajeto garantido para o horizonte marcado pelo tumulto e até pelo impeachment”.
Isso é o mais previsível, basta examinar e analisar a tragédia administrativa, (perdão “desadministrativa”) do que aconteceu do primeiro ao ultimo dia de Dona Dilma no Planalto-Alvorada.
Na campanha presidencial de 2002, sem qualquer ligação com Lula ou com o PT, escrevi diariamente repudiando o desgoverno FHC, que rotulei o tempo todo, com total segurança, de “retrocesso de 80 anos em 8”. E mais: critiquei a compra da primeira reeleição da nossa Historia. Acrescentei que dezenas de parlamentares receberam até 500 mil pelo voto, outros apenas 200 mil.
Agora o próprio, falso e fraudulento FHC, afirma publicamente, perguntando: “quem pagou essa reeleição, que dizem comprada e paga?”. Ora, foi seu ministro, que eu expliquei na época, “teve a sabedoria de morrer logo”.
Enquanto muitos apoiavam o candidato do PSDB na sucessão de FHC, eu escrevia dezenas de artigos, na Tribuna impressa, repetidas pelo Brasil, a todos com o mesmo titulo, só o texto era diferente.
Titulo desses artigos, sempre o mesmo: “Meu nome é Luiz Inácio da Silva, mas pode me chamar de presidente”. Valeu, repercutiu, ganhou, tomou posse, governou. Mas pode parecer inacreditável: jamais estive perto de Lula, com alguém, do seu governo, nunca falei com ele presidente, nem depois, já ex, embora poderoso. Esse é o meu estilo, habito, gosto e convicção, e até obrigação jornalística. Quem duvidar, veja nas mil frases de Millor: “Jornalista que não faz oposição, é melhor que abra um supermercado”.
James Carville, assessor de Clinton, descobriu a pólvora na campanha da à reeleição do presidente americano, ao liquidar um debate que se arrastava perdulariamente, com a frase de hoje repetida e seguida no mundo todo: “É a economia, estúpido”.
Clinton foi reeleito, sua campanha teve a prioridade recomendada por Carville: economia. Ganhou a segunda eleição, com mais facilidade do que a primeira. E fez excelente administração, embora quase sofresse impeachment, não por omissão social e sim por excesso sexual.
Dona Dilma que jamais ouviu falar de Carville, embora “estúpido”, seja uma identificação e uma convicção usada para rotular ideias e pessoas sempre e cada vez maios próxima dela. E seu ponto mais frágil, fragilíssimo, é a economia. Na micro e macro, ou até na mais enclausurada das diretrizes de governo. Erra em tudo, na campanha, mente despudoradamente, da mesma forma como mentiu sempre no que acreditou que foi sua vida.
E tendo chegado a presidente de forma que nem ela mesma considerava possível, nada surpreende que conjugue com a maior satisfação o verbo continuar. Se chegou precariamente, se manteve precariamente, por que não sonhar que conquiste uma nova vitória, também precariamente?
PS- A esperança em Aécio, tem como base a certeza de que com Dona Dilma é impossível recuperação. E como são dois candidatos apenas, excluindo ela, sobre ele. Se insistir no “fernandismocadosismo”, também não terá longa vida administrativa.
Ou cumpre e muda tudo, ou não governará nem mesmo até 2018. Haja o que houver, ninguém sabe o que acontecerá no dia 26. Com base nos Institutos, nenhuma certeza.
PS2- Não escrevi por alguns dias, jamais acreditei que depois de 57 anos, minha mulher me deixasse sozinho. Em três anos, perder 2 filhos, 1 irmão e agora a mulher, é muito.
PSS3- Estou voltando a escrever, agora num blog só meu, este heliofernandesonline. Perdi o primeiro por mau-caratismo de quem tinha senha. O segundo, por incompetência e vaidosismo. Agora, este é meu, escrevo o que quiser.
(Estimado Helio, a equipe do blog lhe dá boas vindas. Parabéns pelo retorno a net).