Titular: Helio Fernandes

sexta-feira, 5 de junho de 2015


VIRA A FOLHINHA... O GOVERNO QUER É QUE VIRE A PÁGINA!

FERNANDO CAMARA
05.06.15

Plano Safra, novas concessões, terceira etapa do Minha Casa Minha Vida. Sim. O Palácio do Planalto voltará a ser um “Cabo Canaveral”, com muitos lançamentos esse mês. Tudo isso tem um objetivo claro: O governo vai tentar passar a ideia de que a crise arrefeceu e que o PT, que dia 12 tem seu Congresso Anual em Salvador, não tem do que se envergonhar e pode namorar em paz com a população.

O problema é que os números não apontam esse arrefecimento. As pessoas continuam pagando caro por tudo; os preços em alta, o desemprego à espreita. Serasa: um em cada quatro brasileiros está endividado.

E A SALVAÇÃO VEM DA AGRICULTURA!

Hoje, a ministra Kátia Abreu tem reunião na Frente Parlamentar de Agricultura às 18hs. A ida não é por acaso. Na semana passada, o IBGE divulgou que o único setor a apresentar crescimento foi o agropecuário. Se não fosse a agricultura, a situação estaria muito pior. Daí a necessidade do governo não só agradecer os investimentos como bater bumbo nessa área, com o Plano Agrícola e da Pecuária - PAP. 

E A CÂMARA NA REFORMA POLÍTICA!

Enquanto o cenário se agrava, o Senado vota o Ajuste Fiscal e a Câmara se dedica à reforma política, onde Eduardo Cunha foi surpreendido pelo vigor de sobrevivência. 

Em cada estado da Federação existe um alavancador eleitoral, como o “Tiririca” (um milhão de votos), ou como o Celso Russomano (um milhão e meio de votos). Assim, pelo atual sistema eleitoral cada um deles arrastou sete deputados ao mandato no Parlamento. Como pedir a eles que votem contra ao próprio retorno? 

VOTAÇÕES DA REFORMA POLÍTICA

Quando Cunha foi eleito presidente da Câmara, apresentaram-se candidatos a líder do PMDB os deputados Manoel Junior, Marcelo Castro, Lúcio Vieira Lima, Leonardo Picciani, Danilo Forte e José Priante. Cunha disse que se manteria neutro. Muitos duvidaram. Leonardo venceu por um voto. Passados pouco mais de dois meses, três dos candidatos tiveram duras desavenças como o presidente. 

Cunha atropelou a Comissão Especial da Reforma Política, destituiu a Relatoria e espezinhou o deputado Marcelo Castro, defensor do voto distrital misto. Apesar de ser o mais influente parlamentar na Câmara, parece que lhe falta compreensão política para conduzir as tensas votações da sepultada Reforma Política, que se tornou em uma emotiva reforma eleitoral.

A discussão e votação sobre o “Fim das Coligações” mostrou que o PMDB não controla a sua bancada. O líder encaminhou a favor das coligações, mas a maioria votou pelo fim dessa união entre os partidos. As coligações passaram por causa da união dos pequenos a parte dos interesses dos grandes. A única verdadeira mudança foi o fim da reeleição. De onde se conclui que o Governo é reconhecido como a máquina de campanha. Por isso é necessário que haja rodízio. Que Conclusão!

OS REFLEXOS DAS VOTAÇÕES

Os 210 votos somados ao PROS e ao PCdoB foi o tamanho do presidente Cunha no ponto que mais lhe interessava: o Distritão. Faltou a sabedoria de Ulysses Guimarães para saber envolver a Sociedade no debate. Distritão x Distrital Misto foi a discussão que não desceu às ruas, assim como o financiamento de Campanha. É preciso reconhecer que há um colapso, e ouvir as soluções, desaforos e sandices de todos os setores da sociedade. O que foi aprovado até aqui não reflete o desejo do eleitor. Na época da construção da Constituição Cidadã, Dr. Ulysses advogou que a organização e coligação partidária ficassem sob a responsabilidade dos eleitores, votou, elegeu, seguiu em frente, não obteve votos, caso encerrado. 

DOAÇÃO DE EMPRESAS PARA PARTIDOS, DEVE CAIR

 Uma padaria ou um comércio de bairro, você imagina uma pequena empresa que prestigia o político local ter que passar a “doar” para a direção de um Partido? Que absurdo! E o dono de uma grande empresa que seja candidato, imagina que a empresa dele irá “doar” ao Partido para assim os valores retornarem para a campanha do próprio? Caso esta exigência se mantenha, a ilegalidade irá aumentar e “pedágios” serão cobrados por Partidos para receberem as contribuições. 

Esta semana continuaremos nessa batida da reforma, com discussão da duração e mandatos, coincidência de eleições, cota de mulheres. Esta, aliás, tende a ser rejeitada, uma vez que faz a maioria masculina ver as deputadas como quem ficará com uma vaga na Casa, embora tenha recebido menos votos. As votações tendem a seguir o que valeu até aqui: Não houve discussão sobre o comportamento político dos representantes do povo. Houve, sim, discussão em torno da sobrevivência dos presentes.

RENAN COM OS OUVIDOS ATENTOS

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) é um personagem que vale observar sempre. Ele chamou de “embuste fiscal” o ajuste do governo que estabelece cortes duros no Orçamento que, segundo ele, “penaliza o pobre, tributa a renda e o salário e penaliza também os municípios”. A declaração foi dada na quarta-feira (27) em discurso na solenidade de abertura da 18ª Marcha dos Prefeitos pela revisão do Pacto Federativo. Foi aplaudidíssimo.
O ajuste, apesar das declarações de Renan, foi aprovado, mas o perigo para o governo não passou, uma vez que a presidente Dilma Rousseff foi aconselhada a vetar a flexibilização do fator previdenciário, e a tendência dos congressistas é uma mobilização para derrubar o veto. Mas isso é assunto para julho.

TERCEIRIZAÇÃO & FUTEBOL


Renan Calheiros parou a importante reunião de Líderes para ouvir o Setor Agropecuário, recebeu a diretoria do Instituto Pensar Agro, presidido por Ricardo Tomczyk. E assumiu compromisso de contribuir para a regulamentação da terceirização. 

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