Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 21 de julho de 2015


O AUTOASSASSINATO DO TRANSLOUCADO EDUARDO CUNHA, NÃO AMEAÇA A DEMOCRACIA. PODE E DEVE ATÉ CONSOLIDA-LA.

HELIO FERNANDES
21.07.15

Qualquer análise sobre a situação do país, seis meses depois da reeleição, leva a conclusão calamitosa, tenebrosa, tortuosa. Governo e oposição, esquecidos de que os Poderes são “harmônicos e independentes entre si”, se hostilizam leviana e insensatamente, não preservam nem a mais frágil ponte para um trajeto em comum.

A crise econômica, política, administrativa, arruína o país, não deixa a mínima brecha que seja para um entendimento, o mais precário que seja. Tudo isso agravado pela falta de atino do papel e da indignidade que mantém proporções colossais com a roubalheira que esvaziou os cofres, o patrimônio e a importância da maior empresa a Petrobras,  com suas milhares de ramificações.

Alem do comprometer irresponsavelmente a Petrobras, deixou claro que a incompetência é muito mais perniciosa e prejudicial do que a roubalheira.

Levando as duas, a catástrofe nacional que atinge principalmente o povo, dos mais pobres, desempregados, á famosa classe C, tão endeusada, agora completamente abandonada.
È bem verdade que pela primeira vez na nossa História, os mais poderosos políticos, os muito ricos e antes inatingíveis empresários, forma presos, continuam presos e serão julgados, seguramente condenados.

5 milhões de dólares a Cunha, não ameaçam a democracia.

Na quinta, Julio Camata da Toy Metal, que vem depondo há tempos, decide confessar seus medos e intimidações, faz revelações em clima de total autenticidade, revelando suas ligações com Eduardo Cunha.

Começo por mostrar a preocupação com as “mulheres da famílias” (duas filhas e a ex-esposa), intimidadas por um “pau mandado de Cunha”, logo identificado. A investigação entra na confissão dos encontros com o agora presidente da Câmara. Poderia ter um citado possível intermediário, apresentou-se como o “homem que teve os encontros com Cunha”, e acrescentando: “Fui encontra-lo apavorado, a fama dele é de homem agressivo”.

As revelações do diretor da Toy Metal, se tornaram convicção nacional, não é preciso cita-las e sim interpreta-las

“A melhor defesa é o ataque”.

Pela indigência e mediocridade intelectual de Eduardo cunha, nem me passa pela ideia, que saiba quem foi, e continua sendo o General Clauzevitch. Mas a frase conceito aproveitada pelo corrupto se depender, é conceito do notável estrategista. (Muito usada por supostos especialistas do futebol).

Só que insensato, descontrolado, intimidado, assustado, ultrapassou todos os limites, não soube nem quis parar, se julgava um vencedor. Não poupou ninguém. Alem de informar, “Agora sua oposição ao governo Dilma”, afirmou: “as denuncias contra mim são feitas pelo Procurador Geral, a serviço da Presidente”. Voltou a metralhadora contra o juiz Moro.

Não percebeu [á media que ia se exaltando, deputados e senadores, mais cautelosos ou também  indiciados pela Lava-jato, ia se afastando, ficou praticamente sozinho.

Renan, temer e outros, se afastaram.

Enquanto “discursava”, Cunha foi notando a fuga dos apaniguados, principalmente os que têm nome e sobrenome. Renan saiu pelo elevador de serviço, depois de marcara um encontro com os senadores Eunicio e Romero Jucá, em casa (perdão na mansão aristocrática e quilométrica nada comum para um representante do povo) onde conversaram sobre a posição do PMDB, que não rompera com o governo.

Michel Temer, esperto, ladino, cauteloso, ia viajar para Nova Iorque, ontem, domingo. Mas remarcou a passagem viajou com a mulher e o filho, na própria sexta. Só volta no dia 31, quase no final do recesso parlamentar. Acompanhará tudo pela internet, informado minuto a minuto, mas sempre podendo garantir: “Eu nem estava no Brasil”. Mas antes de tudo este tumulto, dito publicamente: “OPMDB terá presidenciável próprio em 2018”. Se as coisas complicarem, “não estava aqui”. Se houver entendimento e calmaria, para 2018 já estará com seu nome na chapa.

Não pode continuar presidente da Câmara.

Isso é inquestionável. Perdeu pelo menos um terço dos que o acompanharam e o elegeram para esse cargo importantíssimo. Para condução dos trabalhos parlamentares. E pela hierarquia numa possível substituição, que não acontecerá, mas sempre pode ser mobilizada ou manobrada como ameaça.

Se já era difícil conseguir numero para um suposto impeachment, a desmoralização de Cunha, tirou dele qualquer possibilidade de iniciar ou encaminhar a votação sobre o assunto. Na noite da mesma sexta-feira, impensadamente falando em cadeia (que palavra) de rádio e televisão, sofreu “panelaço”. Irreversível.

No sábado. Tentou o que em 1955 o marechal Lott, salvando o presidente eleito Juscelino de não tomar posse, consagrou sua posse, que chamou de “reversão das expectativas”. PARA Eduardo cunha não há reversão nem expectativa, sem falar que o marechal Lott era um cidadão acima de qualquer suspeita, ou seja: anti Eduardo Cunha.

PS -  De hoje até o dia 7 de agosto, quando o legislativo volta na funcionar, não acontecerá coisa alguma. Quase todos estarão viajando para os estados, “visitando suas bases”, fugindo da “contaminação” de qualquer contato com ele.

PS2 – No sábado, acuado, assustado, sem a arrogância da véspera, declarou: “Não haverá pauta de vingança. Só o que tiver aprovação absoluta da Câmara ou seja,  a vontade do povo”.

PS3- Para a presidência da Câmara, a vontade do povo é esta. Eduardo Cunha RENUNCIA ou é RENUNCIADO.
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