Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

(REPRISE DAS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS)
HELIO FERNANDES
Publicada em 22.07.15 

Bretton Woods verdadeiro 

PARTE FINAL

Em julho de 1944, com o fim da guerra se aproximando, (acabaria menos de 1 ano depois em 8 de maio de 1945) os EUA perceberam que era importante vencer a guerra, só que mais importante ainda era dominar a economia do mundo.

Esse Bretton Woods foi convocado por 44 países. Liderado pelo economista britânico, John Maynard Keynes, que fazia desfazia, já tinha até nome da nova moeda, que teria curso universal. Seu nome: BANCOR, com garantia do metal OURO. Mas os EUA estavam longe dessa ideia, convencidos e certíssimos, que acabada a guerra, viria o choque inevitável com a União Soviética.

A ideia e obcessão americana, era criar um sistema econômico e financeiro, com o DÓLAR como moeda única de troca para o mundo inteiro. Pela primeira vez a moeda de um país seria utilizada, OBRIGATORIAMENTE para toda e qualquer operação, fosse onde fosse. Keynes ficou surpreendidíssimo, não acreditou nem aceitou.

Os representantes dos EUA, na conferência-encontro, apelaram para Roosevelt, disseram textualmente: “Presidente, se deixarmos criar essa nova moeda, perderemos tudo o que ganhamos com a guerra”.

Roosevelt perguntou apenas: “Marcar encontro co Churchill e pedir a ele para demover Maynard e convencê-lo que a paz e a garantia do mundo, dependem do DÓLAR como moeda universal”.

Não disseram a ale mas o Chefe de Gabinete e o próprio General Marshall: “Pode garantir que aceitaremos o “LASTRO” do ouro, não vamos cumprir mesmo”. 

Roosevelt-Churchill 

Conversaram dias em Londres mesmo, Roosevelt “explorou” o lado mais vulnerável do Primeiro Ministro: o horror por Stalin e pela União Soviética. Quando Roosevelt se convenceu de que não ganharia a guerra sem os dois, teve que “dobrar” Churchill, que afinal aceitou.

E nas Conferências de Yalta e Teerã, Roosevelt, Stalin e Churchill apareceram juntos e cordialmente (?) por causa da argumentação do presidente dos EUA. John Maynard Keynes, como grande economista oficial, não resistiu, jogou no lixo o BANCOR, fez tudo o que o Primeiro Ministro pediu, usemos a palavra correta, MANDOU. 

O DÓLAR papel pintado 

O general Marshall que comandou a guerra e cuidou também da parte econômica e financeira, teve a percepção ou a intuição correta: terminada a Segunda Guerra, viria o confronto com a União Soviética. Era a chamada “Guerra Fria”, o fim da União Soviética.

Se os EUA não tivessem inundado a Europa com esse DÓLAR que não custava nada para eles, em vez de Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental, haveria uma Europa totalmente dependente da União Soviética.

Os EUA montaram estados do “Meio Oeste”, fabricas que durante 24 horas trabalhavam imprimindo esse dólar que era desejado no mundo. Saiam das máquinas, iam direto para o Forte Knox, de lá eram transferidos para a Europa. O primeiro pacote de dólar falso que chegou à Europa, era de 150 BILHÕES. Faziam questão de não economizar, afinal era baratíssimo, só ligar as máquinas e imprimir. 

A Guerra Fria, mais cara do que a própria guerra 

O custo, em números, foi colossal. Existem livros com levantamentos espantosos sobre o desperdício de dinheiro. Para os EUA era só imprimir. A União Soviética foi a primeira a ir ao espaço, embora não tivesse chegado à Lua. Também construiu o primeiro submarino nuclear, bem antes dos EUA. Mas não conseguiam fazer um liquidificador. E o automóvel que construíram, o Lada, tinha autonomia de no máximo 10 quilômetros ou enguiçava. 

 Tinha um estoque fantástico de armas as mais sofisticadas. Não resistiu, quando o gasto militar PASSOU DE 70 por cento do orçamento, não suportaram, a União Soviética desapareceu na véspera do Natal de 1991. Irã e Iraque travaram guerra durante 2 anos, todo o armamento usado pelos dois países, vinha do cambio negro com o que existia na União Soviética.

1 ano depois da União Soviética deixar de existir, a revista Forbes, fez levantamento sobre as 100 maiores fortunas do mundo, 11 eram da ex União Soviética.  (Hoje “exilados” na Europa, donos de clubes de futebol e até da NBA dos EUA. Sabiam de tudo, “fugiram”, com os bens, são amigos de Putin, lógico, ele era da KGB). 

Fogos de artifício pelos 70 anos 

Deturpam deslavadamente os fatos, afirmam o que não sabem e o que nem existiu. Textual, publicado agora nessa “glorificação” de Bretton Woods: “Em 1944, a diplomacia brasileira teve papel relevante nessa conferência, maior do que a sua economia”.

E insistem: “Sem a França, a Alemanha e Japão, e sem a participação da União Soviética, o Brasil se destacou. E os EUA se voltaram para a América Latina”. Tudo inverdade e desinformação. 

PS – Em Bretton Woods 1944, só estavam presentes dois brasileiros, apesar de moços, já mortos. Um jornalista, grande amigo do repórter, me contou histórias maravilhosas, que desenvolvi. 

PS1 – O outro, diplomata começando a carreira, (era Terceiro Secretário) saíra da turma inicial do Instituto Rio Branco, em 1941. Mais tarde, importante e poderoso, me processou pelo que escrevi, perdeu duas vezes. 

PS2 – A União Soviética não foi convidada, claro, era tudo contra ela. E os EUA não se voltaram para a América Latina, queriam “operar sozinhos”, dessa forma se transformaram na potência atual. 

PS3 – Se tivessem que pagar pelo Plano Marshall e pelo que foi gasto na “Guerra Fria”, já teriam ido à falência, como a União Soviética.

FIM
...............................................................................................................................................

Nossos leitores podem fazer comentários e se comunicar com os colunistas, através do: e-mail: blogheliofernandes@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário