Em São Paulo, o PSDB se alimenta
com merenda escolar
HELIO FERNANDES
Ha muito tempo o PSDB não aparecia tão profundamente nas manchetes dos
escândalos. Dizem que FHC esgotou a capacidade do envolvimento danoso do
partido. (Alem de ter feito um governo catastrófico, que com ele no poder identifiquei
como "retrocesso de 80 anos em 8”, existem os escândalos monumentais).
FHC só
não é o pai do mensalão, porque comprou a reeleição pagando á vista. Foi à
primeira reeleição da Historia da Republica. Nem mesmo na Republica velha, de
1889 a 1930, quando os "presidentes" escolhiam seus sucessores, algum
deles teve a audácia de continuar. FHC é o responsável pelo segundo mandato de
Dona Dilma e tudo o que está acontecendo. Perdão, não está acontecendo.
O mais
parecido com o petrolão, se chamou de Comissão de Desestatização. Pessoalmente
enriqueceu muita gente, e provocou prejuízos colossais para o país.
Prejuízos
não revertidos até agora e que se manterão para sempre. Depois do desastre FHC,
o PSDB tentou três vezes voltar á presidência, não conseguiu. Vai tentar a
quarta quando houver eleição, e um dos candidatos é o governador de São Paulo,
citadíssimo no escândalo da merenda escolar. Não digo que é acusado, mas todos
os personagens trabalharam com ele, em cargos na maior intimidade.
Ha 22
anos, desde 1994, Alckmin ocupa o Palácio dos Bandeirantes, como vice ou como
governador. Apenas uma interrupção para ser derrotado como presidenciável e
voltar. Em 1994 foi vice de Mario Covas, reeleito com ele em 1998. Na posse em
1999, Covas já estava muito doente, Alckmin ocupava o cargo, fortuitamente.
Covas morreu logo, em 2001, Alckmin foi efetivado. Ficou até 2006 quando saiu
para disputar a presidência. Eleito governador em 2010 e 2014, é certíssimo
para outra aventura.
Disse
anteontem: "Todos os culpados devem ser punidos". Dois desses foram
Chefes do Gabinete da Casa Civil. O presidente da Assembléia Legislativa (do
PSDB), não podia ser eleito sem o conhecimento e o consentimento do governador.
Pelo menos 12 deles já tiveram sigilos bancários quebrados por ordem do judiciário.
Um deles, não surpreendentemente conhecido como "moita, terá que
justificar o apelido ou negar a intimidade com o governador.
E
Alckmin, sabendo que não seria presidenciável pelo PSDB, tem acordo com o PSB.
Este ratificará o acordo? E Alckmin manterá a ilusão de ainda ser
presidenciável? Cada vez mais complicada a sucessão de Dona Dilma. Se for
realmente dela.
O "otimismo" vazio do
presidente do Banco Central e do Ministro da Fazenda
Nos
primeiros dias de janeiro, Tombini afirmou: “A inflação fechará 2016 em 4,5 por
cento” (O centro da meta). Nelson Barbosa veio a seguir, mais cauteloso: "A
inflação este ano ficará em 7 por cento, mas trabalhamos para que não passe de
6,5 (O teto da meta). Em janeiro a inflação foi de 1,37. Ontem foi publicada a
de fevereiro: 1,55 por cento.
O PIB de
2015 foi de menos 3 por cento. Os "otimistas" oficiais apregoam que
neste 2016, "será menor". Até agora está em menos 3,7. Em dezembro
analisei:" 2016 será pior do que 2015". Os "otimistas" do
governo insistem em me dar razão. Não era muito difícil acertar na analise, com
esses personagens.
Dona
Dilma não fala nem faz. Apenas tenta cumprir a sua vocação tributarista. A
obsessão-obsessiva: a recriação da CPMF. Não consegue e não vai conseguir. Mas
para não perder tempo, aumenta os impostos sobre sorvete, chocolate, ração para
gatos e cachorros.
Ontem tarde,
a agencia Stand and Poors, rebaixou novamente a nota de risco do Brasil. Havia
feito o primeiro ha 5 meses. Como a situação do país só piorou, insistiu, e fez
o segundo. Dona Dilma também insistirá, continuará mais omissa do que nunca ou
do que sempre.
O Conselho da falta de ética se
reuniu
E não
modificou um milímetro o comportamento que vem exibindo em 4 meses de atuação.
Só não digo que foi "palhaçada", para não atingir os nobres profissionais
do circo. Levaram três horas, e finalmente decidiram não decidir: levantaram a
sessão, voltarão na próxima semana. Mas também não ha o que fazer, pois os dois
lados estão com Mandado de Segurança no Supremo como revelei ontem.
È lógico,
claro e evidente que o Conselho tem algumas grandes figuras, mas não podem
fazer nada. De perto ou de longe, Eduardo Cunha contamina tudo. O Procurado
Geral pediu o afastamento dele, atrapalha qualquer investigação. Só o Congresso
não toma nenhuma providencia contra a própria desmoralização. Realmente
inacreditável.
Intolerância, violência,
incompetência
Muito justamente
não houve o depoimento de Lula. Foi convocado pelo promotor errado, incompetência.
Semana que vem haverá correção. Mas na frente do fórum de Barra Funda (São
Paulo), total exibição e incompreensão. Os que eram contra ou a favor de Lula, travaram
batalha de horas. Pura intolerância.
A Policia
Militar não perdeu a oportunidade de bater em pessoas dos dois lados. E até
jornalistas que estavam trabalhando, sofreram as conseqüências. E os policiais
batiam insensatamente. Combatentes dos dois lados, que caíam no chão sofriam
com golpes de cassetetes. Desnecessária violência.
Picciani é reeleito, começa a
derrocada de Eduardo Cunha
Ontem eu
dizia que Picciani seria reeleito, apesar de "Cunha afirmar que teria 45
votos”. Numa eleição tumultuadissima, parou em 30 votos, mesmo contando
com a colaboração do amigo e companheiro de sempre. Picciani chegou a 37, o
suficiente, principalmente com o temido voto secreto.
Mas é
preciso ressaltar, registrar e ressalvar: nenhuma influencia ou importância
para a votação do impeachment. Esse não seria e não será aprovado de jeito
algum. A possibilidade de alteração do quadro político ou eleitoral, só através
do TSE. O Planalto sabe disso e espera que nada seja resolvido antes de maio. Quando
haverá alteração no mais alto tribunal eleitoral.
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