Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 5 de maio de 2016


ESPECIAL IMPEACHMENT - III

Eduardo Cunha, e o que chamei ontem de seu dia D.(De derrota)

HELIO FERNANDES

Desde as 8 da manhã,quando recebeu a comunicação do ministro Zavascki, que não era mais presidente da Câmara, Brasília passou a se movimentar, única e exclusivamente em torno dele. Mudou em termos de realidade. Antes positivamente.

Depois, negativamente. Começou a conhecer o que é ostracismo. Os que o procuravam para tudo,iam em romaria ao Jaburu, residência oficial do vice até terça ou quarta feira.A expectativa geral:o que aconteceria no Supremo.Ninguém se interessava pela Comissão do impeachment.Apesar de poucos serem admiradores de Shakespeare, repetiam monotonamente :palavras, palavras, palavras.

O Supremo começou a reunião, logo o ministro Zavascki  passou a  ler o que escrevera há três meses, 96 laudas. Às 4,30, lido o texto, não sobrara nada do ex-presidente da Câmara. Seu intimo e cordato amigo, Waldir Maranhão, já era presidente da Câmara, e recebia cumprimentos do Jaburu.

Começaram a votar os ministros. Franchini, Barroso, Rosa Weber, Fux,Toffoli, Marco Aurélio, Carmem Lucia, Gilmar Mendes,Celso de Mello (o decano), Ricardo Lewandowski, o presidente.

Coerência total do Supremo. Transformou Cunha em réu, agora suspendeu seu mandato, as duas decisões por unanimidade. Cabe agora á Câmara, coletivamente, compreender, que o Supremo apenas suspendeu o mandato de deputado de Eduardo Cunha. Deixou para a  própria Câmara ,o dever de cassa-lo.Com o  epitáfio que Eduardo Cunha redigiu durante a vida inteira: "Ès pó  e ao pó  retornarás". Disso Cunha conhece e se aproveita. 

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