Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 7 de julho de 2016

FICÇÃO: ALI BABÁ TERIA VERGONHA DO CONGRESSO, JUDICIÁRIO E EXECUTIVO BRASILEIRO. LULA E DILMA E A DELAÇÃO SEM PRÊMIO.
ROBERTO MONTEIRO PINHO
Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB), ex-presidente da Câmara, é um turbilhão de irregularidades, tido como obsessivo em busca do poder, e que já, até sonhou ser presidente do Brasil, perde para ele mesmo. Comparado a presidente afastada Dilma Rousseff difere apenas num ponto, ela: “nunca soube de nada”, ele “sabe de tudo”. Mas ambos ainda não fizeram delação premiada. Se isso ocorrer o Brasil fecha as portas.
Versa a enredo das ficções em películas que encantaram o público, de que “Ali Babá e os 40 Ladrões”, diferencia dos ladrões do Brasil, apenas no conteúdo, enquanto a fórmula é a mesma. Numa versão tangente, Ali Babá estava à frente do tesouro, e um dos comparsas, perguntou: Ali, você não vai pegar nada? Não! Respondeu o personagem facínora, vocês pegam, e depois eu roubo de vocês!

É o que temos por aqui “ladrão roubando ladrão”, e como alternativa, fica com um pouco, um “nicho” da negociado na delação premiada, um modelão tupiniquim, do aprendizado da espionagem internacional, que durante a Segunda Guerra Mundial, serviu de lastro para decantar estratégias militares.

Dilma afirma que nunca roubou. Eduardo Cunha, “devo, não nego, pago quando puder”. Na verdade o episódio que se arrasta desde o caso do “mensalão”, e falta abrir a “caixa preta“ do BNDES, as cenas se repetem. Na República tupiniquim, tal qual nas ditaduras sanguinárias, o quadro é igual.

Aqui um presidente da indireta, apareceu na janela, pálido, imóvel e acenou maquinalmente para um close, e gerou a sucessão pela via indireta deTancredo Neves, o tenebroso José Sarney. Um formato bipolar para lavar a alma da ditadura militar, no famigerado pós golpe de 64, com bilhete seguro da impunidade da “Anistia, Ampla Geral e Irrestrita”.

Veio a versão “bolsa família” e a “midiática global” da direita. A primeira elegeu Collor de Melo, desastroso, confiscou, mutilou milhões com seu “plano”, abriu as porteiras para China fulminar com a nossa indústria de consumo. Surrupiou a poupança dos pobres, desencadeou o impeachment.

Aqui a China entra pela porta da frente e o Paraguai pela porta dos fundos. Um desastroso negócio que desmanchou nossas indústrias de pequeno porte.

PC Farias, o homem da mala, apareceu morto em sua cama. Crime até hoje, blindado, quase esquecido, como tantos outros. Fernando Henrique Cardoso, professor, poluto, com seu livro verde amarelo obrigatório no currículo das universidades, e bem mandado – o ventríloquo mor do capital. Assinou com tudo e todos, fez o PDV, (lesionou direitos trabalhistas) e abriu sua loja de negócios, convidou os felizardos para festa das estatais.

Num país, que ex-presidentes morrem do nada, surgem, conotações assustadoras. O deputado, mediador pacificador Ulisses Guimarães, presidente do MDB, desapareceu num vôo de helicóptero, no litoral de Santos. Juscelino Kubitschek morreu de desastre na via Dutra. Seu automóvel colidiu com um caminhão, num acidente obscuro, mal contado e pouco esmiuçado.

Não muito recente Eduardo Dutra, um aceno socialista de que teríamos uma chance de investir numa promissora proposta de governo, as vésperas das eleições, morreu tragicamente naquele acidente aéreo, com o avião caindo sobre casas.

Recente, seu piloto, Paulo Cesar de Barros Morato, aparece morto, a autópsia concluída em 30 de junho, revelou: “morte por envenenamento”. Quem teria envenenado ou ele próprio ingeriu no mortífero.

O que mais posso comentar?
Se o caso Celso Daniel, petista, próximo de tudo e de todos da cúpula agremiativa, assassinado no auge de sua liderança no ABC paulista, ainda não tem a verdade e sequer autoria confirmada.

Se hoje o presidente em exercício Michel Temer. Em recente pesquisa, tem a confiança de 61% dos brasileiros. Eu particularmente prefiro aguardar a próxima pesquisa.

Ávido e compulsivo quanto todos os nacionalistas que sentem no sangue, o fulgor e o latejante desejo de libertação do seu povo, assisto a tudo atônito. Por mais que tento entender, esbarro nos mesmos obstáculos de qualquer cidadão comum. A blindagem sobre esses temas é total. Só vaza aquilo que pode vazar. Quando se chega próximo do caso, alguém desaparece.

Se Ali Babá não fosse ficção, melhor seria ser verdadeiro.

A “caixa preta” está ligada a Cunha, que está ligada ao PMDB, que está ligada ao Congresso e envolve a poluta e estável Caixa Econômica. A caverna do tesouro dos 40 tupiniquins tem caminho sinalizado, seta indicativa para, onde ironicamente, por mera coincidência, os três: Caixa, BNDES e Petrobrás, todos na Avenida Chile.

Até aqui no banquete das delações, a Odebrecht, OAS e Delta, todas honrosas empreiteiras, financiadoras e intimas do poder. Palmas para a louvável e nacionalissima ação da Policia Federal, uma benção para a comunidade. Deus é brasileiro!

Dilma não volta, mas tem o “volta Lula”. Eduardo Cunha não volta. Mas a “caixa preta” do BNDES, essa sim pode voltar, e se aberta nada será encontrado. Estiveram antes. Ali Babá não dorme no ponto!

Mas isso, sem exagerar, bem! isso é mera ficção.


Um comentário:

  1. Parabéns pela persistente labuta, Roberto Monteiro Pinho.
    E parabéns a você e ao Hélio Fernandes, que inspiraram e inspiram tantos combatentes pelo interesse nacional há sucessivas gerações.

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