Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Juros a 10 por cento, JÀ. A primeira viagem ao exterior, da primeira dama. Hillary-Trump, debate sem sangue, com ele veneradora

HELIO FERNANDES

Amanhã se completam 5 meses da usurpação e posse de um presidente longe do povo. Como provisório e agora indireto, indiscutível inutilidade. Não faz por incapacidade, agravada pelo equivoco evidente, na escolha das prioridades. Comete absurdos como o jantar de domingo, tentativa de cabalar votos, para uma votação, que ele mesmo afirma que está garantida. Textual: "Precisamos 308 votos, temos no mínimo 360".

Cometeu o ridículo de convidar 414 deputados, submeteu-se á decepção de terem comparecido menos de 200. Teve que encher o Alvorada com adjacentes, das mais
desnecessárias procedências.  Assustado, retumbou: "Se a PEC dos gastos não for aprovada, será uma catástrofe". Essa PEC dos gastos poderia ser proposta, mas não como medida anticatastrofica.

Já deveria ter tratado com urgência, seriedade e total responsabilidade, da redução dos vergonhosos e calamitosos juros, que estrangulam toda a economia. E atingem os mais diversos setores. E como conseqüência, alem de sufocar o povo que não tem mais condições de sobreviver, impede a formação do superávit primário razoável, criando problemas internos e externos. 

Principalmente para a amortização da divida publica, que agora é aumentada diariamente, utilizada para toda e qualquer necessidade. Para reduzir os juros a níveis decentes e aceitáveis, e não elevar a pressão sobre o superávit  primário, o governo pode exercer o seu poder,mesmo usurpado,não precisa do Legislativo.

Banco Central e Ministério da Fazenda

Os alertas sobre a impossibilidade de crescer e se desenvolver, com a imponência desses juros, surgem de fora e daqui mesmo. O FMI mostrou que "é preciso reduzir imediatamente os juros, ou não chegaremos a lugar algum". O Banco Mundial, foi taxativo: "Com esses juros alarmantes, superávit primário, só a partir de 2020". 
E o Banco Goldman Sachs, mais pessimista, desmente os outros, e nenhum deles têm vantagem em ajudar ou favorecer o Brasil, a percorrer o caminho da recuperação ou reabilitação.

O presidente do Banco Central, e o Ministro da Fazenda, (que já presidiu o BC, no primeiro mandato de Lula), ficam insensíveis diante do maior problema da economia brasileira. Semana passada, falou em política agressiva sobre juros. Concluiu: "Ainda neste outubro, reduziremos a Selic em 0,25". Isso é uma afronta e um confronto com a comunidade.

A Selic já devia estar em 10 por cento

Em setembro de 2015, ha 13 meses, ainda na Era Dilma-Tombini, prestei o serviço de lembrar que a taxa já estava em 14,25 ha mais de 1 ano, era imprescindível uma redução. 

Mas não tipo conta-gotas, e sim de forma agressiva. Sugeri que ficasse nesse numero que está no titulo, teria um efeito abrangente, provocaria descontração geral, atingiria o cambio, a inflação, os preços, os créditos, parte enorme da população está endividada ou desempregada. Não houve o menor interesse, desconheceram o assunto.

O provisório assumiu com esses 14,25, nem se interessou. O novo presidente do BC, seguiu a linha Tombini, só falou em inflação, deu a impressão, de que para ele, é a queda da inflação que derruba o juro, e não o contrario. Ficou impassível. Completados 40 dias da posse de Temer, voltei ao assunto. Não sou intransigentemente contra o governo e sim contra a irresponsabilidade e a incapacidade. Já se passou enormidade de tempo, a inatividade do BC, estarrecedora.

O reforço da economista Monica de Bolle

Uma das mais competentes economistas brasileiras, combativa, participante e respeitada. No momento morando nos EUA, professora da consagrada Universidade Jhons Hopkins. Já foi do FMI, está lançando um livro sobre a "Era Dilma". Na oportunidade, afirmou: "Os juros deveriam estar em 10 por cento, em março". E acrescentou: "Isso aliviaria uma economia, que está completamente asfixiada". Mais conclusiva, e vinda de fonte tão autorizada e independente, impossível.

Monica faz outras considerações que deveriam ser analisadas e divulgadas, são imprescindíveis para a modificação e consolidação da economia. Satisfeitíssimo, gostaria que esses 14, 25 que parecem eternos, não sejam mantidos até março. Em homenagem a ela, a sugestão. 

Imediatamente, corte de 2,25 ficando a taxa em 12 por cento. Em março, outro corte de 2 por cento, com a Selic reduzida para os 10 por cento. Teria que baixar mais, só que a Revolução econômica e financeira, estaria atual, vibrante e produzindo efeitos altamente positivos e construtivos.

O sucessor de Obama

Já está praticamente escolhido. Hillary ganhou o segundo debate, é impossível perder para alguém tão desmoralizado quanto Trump. Mas esse não é o fator imprescindível para a vitoria dela. Se ele ganhasse, poderia despertar esperanças, alimentar expectativas, nas quais só ele acredita.

O povo americano, incluindo os republicanos, respiram aliviados. Estes desertam do lado de Trump, já preferem a oposição, sem ele, do que o governo, com ele

MasTrump deu a impressão de que o debate seria tudo o que se imaginava e divulgava. Começou raivoso, pelo menos da parte dele. Terminou amistoso, também do lado dele. O bilionário mostrou sua intenção belicosa e contundente, exibindo três mulheres, que segundo ele, foram ''assediadas e violentadas" pelo ex-presidente, marido da candidata.

 Sem obter sucesso, passou a agredir a própria Hillary e o presidente Obama, tentando uma comparação impossível, entre um governo que existe e está terminando aplaudido. E o dele, que não existirá. E que se existisse, por uma traição do destino, seria tragédia ou desgraça. Ou até catástrofe.  

Mas isso durou apenas 24 minutos, 12 blocos de 2 minutos, foram 45 blocos de 2 minutos. 90 no total, como o primeiro, com formato diferente. O terceiro e ultimo não terá audiência, a eleição estará decidida. O final, surpreendente. Um senhor, no palco, perguntou de improviso: "Vocês dois serão capazes de dizer sobre o outro, alguma coisa positiva?".

Silencio. Mas Trump se adiantou: "Tenho restrições á candidata, mas reconheço que ela é combativa, determinada, com qualidades". Ela fez elogios vagos, se abraçaram, surpreendendo a audiência.

Meirelles quer agradar o "mercado".

O país inteiro ficou estarrecido com a situação da OI. Anunciou dividas de 65 bilhões. Só não foi á falência, com prejuízo para todos, por causa da importante Lei, que permite a "recuperação judicial". Inesperadamente, o Ministro da Fazenda, que tem nítida vocação ditatorial, entrou no circuito.

Simplesmente quer revogar a lei judicial. Afirma textualmente, "quero solução de mercado". Toda e qualquer solução, é de mercado, sem aspas. Acontece que existem grupos poderosos, interessados, e que como sempre, se julgam acima da Lei. E encontram apoio com Meirelles.

 Lula encurralado. A PEC caminha

A cada dia aumentam os problemas do ex-presidente. E conseqüentemente para a cúpula do PT. Que 2 anos antes da eleição de 2018, confessa em desespero: "È o nosso único candidato para a próxima sucessão". Isso é rigorosamente verdadeiro. Mas também não pode ser contestado este fato. Um partido que venceu 4 eleições presidenciais seguidas, não pode explicar o fato de só ter um personagem. Apesar de ter um projeto de governo, interminável.

As acusações contra Lula, de agora, são gravíssimas. E pior: aumentam os riscos para a continuidade da participação política dele. Já responde a vários processos, é réu em 2. Sendo que 1, já aceito pelo juiz Sergio Moro,pode ter sentença ainda este ano.
 E as denuncias de agora, juntam Lula com a Odebrecht, de forma perigosa. No caso das remessas para Angola. E nas alegadas conferencias, que nunca foram comprovadas ou localizadas.
Mas que o próprio Lula em discurso publica, informou, textualmente: "Todo mundo queria me ouvir, apesar do fato de eu cobrar mais caro do que o ex-presidente Clinton". O ex-presidente americano nunca esteve em Angola, a Odebrecht, sim. Inclusive pagou 32 milhões ao casal de marqueteiros Santana, "para financiar campanha em Angola". A primeira condenação ninguém esquece.

A PEC na Câmara

Estão fazendo tudo para aprová-la. Como o regimento determina que são necessárias 2 sessões entre as votações, ontem, ás 3,15 da tarde mudaram o regimento, com 255 votos a favor. Esperam votar a própria PEC, com 360 votos. (Afirmação do próprio indireto, na TV). Mas parece que existe alguma duvida. Pois 3 ministros, que são deputados foram exonerados para irem votar.

Pode ser precaução. Mas 3 votos nesse total, nenhuma importância. Também, eles não estavam fazendo nada. 

Curioso ou: elucidativo: um dos 3 demitidos, este exatamente ás 5 da tarde, foi o Ministro do Turismo, que tomou posse na semana passada. Apesar de indicado por Renan Calheiros, esperou 2 meses.

Movimentação e intimidação na Câmara

Foi um fim de noite de obrigação de vitoria. Contagem a cada momento, participação de emissários, principalmente do Ministro da Fazenda. Ameaças e recados, supostamente sutis, mas na verdade, escancarados.

Por exemplo: "Existem coisas piores do que essa PEC". Ou então, voltando a um tema predileto e recorrente de Meirelles: "Não queremos ressuscitar a CPMF, (imposto do cheque), mas seremos obrigados".

Os representantes do governo só se acalmavam com o fato: a oposição não consegue mais do que 105 votos. Dessa forma a PEC será aprovada, mesmo que a noite seja longa, ou atravesse a madrugada. Mas aprovarão a PEC. E depois, os "destaques" importantes.

Quem está trabalhando intensamente a favor da PEC, é Rodrigo Maia. Temer disse a ele: "Vou viajar quarta feira (amanhã), dia 12, volto dia 22. Ficarei 10 dias no exterior, na Índia e Japão. Mas só viajo com a PEC aprovada". Puxa, os olhos de Maia brilhavam. 10 dias garantidos na Presidência da Republica, que avanço na biografia.

PS- O Brasil joga hoje com a Venezuela. Sem Neymar, sorte dele. O jogador brasileiro, não pode mais atuar na America do Sul. Fora a Argentina e o Uruguai têm amigos e companheiros lá. E um pouco Chile e Equador, com o resto é massacrado barbaramente.

PS2- Bolívia, Colômbia, Peru e Venezuela, não jogam futebol, tentam eliminar os adversários. E alguns comentaristas esportivos do Brasil, de segundo e terceiro
 time, mas que se julgam de primeiro, jogam a culpa no "temperamento" de Neymar.

PS3- È impossível resistir. No ultimo jogo, contra a Bolívia, "apanhou" do principio ao fim. Agredido, empurrado, jogado ao chão de todos os modos, ainda é punido com cartão. Sou de um tempo em que o drible era "obra de arte futebolística".  Hoje, é caçado, com a contemplação dos árbitros.


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