Titular: Helio Fernandes

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016


Abuso de autoridade, defendido (?) por quem não tem dignidade ou credibilidade, e é réu por corrupção. Temer corre perigo.

HELIO FERNANDES
Todos já identificaram o personagem. Renan Calheiros. Enquadrado por muitas acusações, envolvidissimo nos processos da Lava-Jato. Não podendo se livrar das gravações feitas pelo ex-senador seu apaniguado, que ele colocou como presidente da Transpetro. Que fez acordo confessando que desviou da Petrobras, no mínimo 100 milhões. E que um dos beneficiados e beneficiários, é o ainda presidente do Senado. Alem de outros, fartamente personagem da confissão-gravação, depois delação.
Tudo gravado, confessado, referendado, mostrando abertamente que tinham um objetivo: acabar com a Lava-Jato. Impedir que investigassem, denunciassem, condenassem. Nas conversas gravadas, entram no terreno político, pregam sem qualquer reserva, a mudança de governo.

Renan, poderoso e sem noção do que é responsável ou irresponsável, resolve agir diretamente contra os que combatem a corrupção. Apesar de proclamar: "Para mim, a Lava-Jato é sagrada". Como não tem moral, convicção, limites, sagrado é apenas a exploração, o uso e abuso do Poder. 

 Diante do avanço da Lava-Jato, contra ele e dezenas de amigos, áulicos e igualmente provados corruptos, resolveu desenterrar um projeto de 2009, exatamente sobre isso, o identificado como "abuso de autoridade". Já cometeu o denominado crime que pretende combater. E ao mesmo tempo se incluiu, voluntariamente no crime de irresponsabilidade legislativa.

Durante 7 anos, incluindo 2 como presidente do Senado, não se interessou na discussão, votação, aprovação do projeto. Apesar do seu passado e presente, Renan teria obtido respeito geral, incluindo a comunidade. 

Quem ficaria contra um projeto que estabelece ou restabelece o principio constitucional de que todos são iguais perante a Lei? Assim, em vez das ruas gritarem, "fora Renan", como dezenas de milhares fizeram no domingo. Na certa teria ocorrido o contrario, "bravo, Renan".

Mas descarada e vergonhosamente, sem o menor constrangimento, colocou o projeto em pauta, quando ninguém mais se lembrava. Visivelmente por desespero e o conseqüente espírito de vingança, mobilizou sua "comunidade corrupta", para atingir e paralisar diretamente a Lava-Jato. Incluiu também a "anistia ao Caixa 2". A chamada "emenda da meia noite". Como o presidente indireto acredita que tem algum Poder, anunciou: "Se a anistia ao Caixa 2, for aprovada, VETAREI".

Renan e Rodrigo Maia deram gargalhadas, retiraram a "anistia "do projeto, que foi integralmente aprovado pelos 450 deputados presentes. Mas imediatamente, 332 deputados, mudaram o voto. E ABSOLVERAM antecipadamente, todos os parlamentares, indiciados, denunciados e até condenados pela Lava-Jato. No Senado, usaram e abusaram da autoridade. E criaram o que chamaram de CRIMINALIZAÇÂO DA INTERPRETRAÇÂO DE MAGISTRADOS. 

Confesso que não entendi o que pretendem, alem da vingança premeditada, e da imunidade e impunidade desesperada. Consultei diversos advogados, juristas, constitucionalistas, todos perplexos. Pediram desculpas, não responderam. Constatação obvia, agravada pela coabitação da irresponsabilidade entre Renan e Roberto Requião, fato que jamais imaginei. Nenhum magistrado, a partir da aprovação dessa monstruosidade, pode divergir do outro, as INTERPRETAÇÕES têm que ser iguais. 

Um só exemplo: se a decisão de Renan-Requião já estivesse valendo, o 6 a 3 do Supremo a favor de Renan, teria que ser anulado. E CRIMINALIZADOS os 3 que votaram contra Renan, ou os 6 a favor, INTERPRETARAM de forma diferente, de acordo com a genialidade de Renan-Requião.

Aprovada a Lei da CRIMINALIZAÇÂO da INTERPRETAÇÂO dos magistrados, só um terá liberdade para votar, sem correr o risco de ser punido. È o juiz singular, de primeira instancia, que vota sozinho. A partir do exame dos Tribunais colegiados, os magistrados que examinam a primeira instancia, terão que concordar com a interpretação dele. Se divergirem, estarão desrespeitando o que foi aprovado pela Câmara e agravado pelo Senado.                                          

Para terminar o assunto por hoje. Sergio Moro, escreveu artigo, contestando Requião, senador e governador duas vezes, mas longe de ser jurista. È e sempre foi apenas político. Pois o agora surpreendentemente parceiro de Renan, concordou com a argumentação de Moro. Mas toscamente, manteve o principio da absurda e inadequada CRIMINALIZAÇÂO DA INTERPRETAÇÃO.

Como venho tratando longamente da questão da eleição do Presidente da Câmara em fevereiro, não posso deixar de examinar mais um recuo de Temer. Como informei ha 2 meses, o PSDB queria eleger o substituto de Maia. Na quinta feira, noticiei que Temer e o PSDB, se acertaram: Imbassahy, trocaria a candidatura a presidente da Câmara, pelo Ministério da Integração.

Em menos de 48 horas, este repórter já estava desmentido, Imbassahy não foi nomeado. O deputado Rogerio Rosso vetou publicamente a nomeação, argumentando: "Essa escolha é para favorecer Rodrigo Maia, não concordamos". Outros membros do centrão referendaram a imposição: "Nomeação de Ministro, só depois da eleição do presidente da Câmara".

Temer concordou sumariamente, fez duas afirmações medíocres, que confirmam sua vocação e convicção da falta de credibilidade. 1-"O veto não atinge o deputado Imbassahy". 2- "Existe hora e tempo para a nomeação". Parece que Temer não leu nem viu o resumo da delação - leniência da Odebrecht, em que é formal e decisivamente implicado. Temer cada vez mais PERICLITANTE, como tenho identificado fartamente
Não é apenas uma delação
Ministro que presidiu firme e serenamente o Supremo, afirmou sobre o comportamento de Renan, desde o principio, a partir da liminar de Marco Aurélio Mello: "Ele afrontou o Supremo, não podia desobedecer a decisão do Ministro". E ensinou com competência, conhecimento, e autoridade: "No âmbito do Supremo, existem três decisões, todas com a mesma relevância. 1- Liminar monocrática. 2-Julgamento da Turma. 3- Determinação final e irrecorrível do plenário".

Segundo Ayres Brito, o presidente do Senado não podia desrespeitar uma decisão do Supremo, e muito menos deixar de atender o Oficial de Justiça. O que é crime, e está sendo investigado. Perfeito, analise corretíssima, como é o próprio Ministro. Acontece que Renan jogou deliberada e premeditadamente. 

O plano começava com a fuga do Oficial de Justiça, não assinar nada. Depois de não receber a intimação, ninguém podia dizer que recusara a liminar do Ministro Marco Aurélio. Passou então a coordenar o ACORDÃO, em nome da equivocada e não verdadeira, "conciliação nacional". Ayres Brito não quis comentar os 
9 votos.

TRUMP NA CAPA DA TIME.  
POLEMICA E NÃO CONSAGRAÇÂO.

A revista dos Estados Unidos, provocou tremenda polemica, ao colocar o presidente eleito, como "Personalidade do ano". A revista foi criticada de todas as maneiras, mas gostando ou não gostando, ele, é sem duvida alguma, a maior personalidade de 2016.

A direção da Time, lembrou: duas vezes Stalin foi capa da revista, e não havia nem ligação nem admiração. Hitler, no auge, também ganhou o titulo e a capa. De forma o mais resumida possível, pode ser definido. Quem aparece na capa da Time, é por constatação e não consagração.

OS 18 DELATADOS, NA MANCHETE DO GLOBO

Ficam faltando no mínimo 142, para que se confirme a delação e a leniência do "fim do mundo". O que foi publicado no sábado, das 8 da manhã até á meia noite, se transformando no único assunto das televisões. Claudio Melo filho, diretor de Comunicação e Negociação da Odebrecht, fez a mais esclarecedora e assustadora das denuncias.

De todos os que já fizeram delação, foi o primeiro e único a falar na primeira pessoa. Não citou nada "por ouvir dizer", esteve pessoalmente com os maiores personagens da Republica. Relata pedidos de dinheiro e o atendimento, do atual presidente Temer, do presidente da Câmara, do Senado, até do senador que substituirá Renan em fevereiro.

Mostrou sem qualquer duvida, que não era pagamento ocasional de propina, e sim um acordo que durou os 12 anos em que esteve no cargo. Deputados, senadores, governadores, protegiam os interesses da Odebrecht, e eram pagos com somas relevantes, condizentes com os serviços. Sobre Romero Jucá: "Até o momento, paguei a ele, 22 milhões"

Um ponto importantíssimo: os acusados, respondem da mesma forma, rigorosamente igual: "Todas as doações e contribuições de campanha, foram declaradas ao tribunal eleitoral. E aprovadas. Não podendo contestar o delator, querem fugir de crimes mais graves. Talvez enquadrado apenas na "Caixa dois", uma simples multa. È a esperança. 



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