Titular: Helio Fernandes

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Campanha presidencial de 2014: o apogeu da corrupção

HELIO FERNANDES

Fatos, dados, indícios, provas, constatações, levam a essa conclusão. A JBS, que era tida e havida como uma das maiores empresas do país, DOOU 430 milhões O PT e o PMDB foram os mais beneficiados, mas não foram os únicos. Só que o personagem mais atuante, era o então vice-presidente da Republica e presidente do PMDB, Michel Temer.

A JBS era poderosa, rica, generosa. Destinou 50 milhões em dinheiro vivo, para a bancada do PMDB. Só que não definiu se era para deputados ou senadores, criou uma divergência parlamentar. Temer foi chamado ás pressas, foi á JBS, conversou com os irmãos, resolveu: metade para a Câmara, metade para o Senado.

Foi nessa visita demorada, que Temer conheceu o presidente do conselho de administração, Henrique Meirelles, hoje seu Ministro da Fazenda. Quando na época, denunciei o fato, Meirelles se defendeu: "Eu era pouco mais do que continuo". Audacioso esse Temer, que nomeou como ministro mais importante, quem se confessava pouco mais do que um continuo. Mas é impossível negar: Meirelles é um bom analista de si mesmo.

TEMER E A JBS, SE DESMASCARARAM

A empresa considerada uma das mais importantes do país, se revelou. Investiu fraudulentamente nos maiores fundos estatais. (Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica, Correios). Lesou todos eles, apanhada em flagrante, presos (por 24 horas), processados, tiveram que depositar 1 BILHÃO e 300 MILHÕES para prevenir danos futuros. Mas o processo está parado.

Temer, vice e candidato á reeleição, exerceu o que faz de melhor: recolher trigo em campo de centeio. O primeiro delator da Odebretch, Claudio Melo, no seu depoimento na primeira pessoa, contou com detalhes: “Eu estive no Jaburu com o vice, mais o Marcelo (Odebretch) e Eliseu Padilha. Temer pediu 10 milhões, recebeu". Ninguém contestou o executivo delator.

Essa não foi à única fonte. Aécio Neves, derrotado e hoje amigo intimo e apoiando seu governo, entrou no TSE, pedindo a cassação da chapa Dilma - Temer. Esse é um dos episódios mais escabrosos da vida publica brasileira, já dura 14 meses.
7 meses sob a presidência Toffoli, outros 7 sob a presidência Gilmar Mendes, os Ministros siamees (ou "siaanos") na defesa de personagens mais do que suspeitos. Como fizeram repetidamente com Renan Calheiros. Com Toffoli o processo não andou, com Gilmar, retrocedeu.

Só que as doações corruptas são tão gritantes e aviltantes, que não podem ser sufocadas ou escondidas. Aparecem, reaparecem, ressurgem, não desaparecem. O volume de dinheiro em 2014, (e em outras datas, candidatos e partidos) foi tão grande, surrupiado mas não justificado.

Era tanta doação ELEITORAL, que quase 60 milhões foram gastos em envelopes. Encomendados em fabricas que não tinham nem têm equipamento. Para agravar a situação, o dinheiro passou por diversos intermediários, sem chegar á campanha. O que caracteriza LAVAGEM DE DINHEIRO. 

Com fartas provas recolhidas pela policia, e desprezadas pelos 2 presidentes do TSE. Como um dos acusados vai nomear 2 ministros para o TSE (abril e maio) consideram que esse é um "ARGUMENTO" invencível. 

Alguns ministros pensam diferente. Mas Gilmar acredita que Temer pode chegar ao fim do mandato (quando será?) sem ser julgado. Dona Dilma já sofreu o impeachment comandado pelo companheiro de chapa, perderá pouco.

TEMER SE JULGA IMPUNE, PRETENDE ENGANAR O SUPREMO

Em primeiro lugar, repete a todos os momentos: "Não tenho a menor preocupação com esse processo do TSE". È o excesso de confiança na displicência jurídica e ética do Ministro Gilmar Mendes. Mas as construções começam a vergar pelo alto. 
Temer não dá uma palavra a respeito do seu envolvimento com a Lava-Jato. Pensou que tinha uma estratégia para retardar o processo. Ficou estarrecido com a decisão da Presidente Carmen Lucia autorizando a homologação das delações.

Ficará assombrado com o que vem por aí. Uma decisão do Supremo, aplaudida pela comunidade. Aguardem, cheios de esperança.
 Nem Ministro nem relator

Temer falou e repetiu: "Só preencherei a vaga no Supremo, depois da escolha do relator". Não pretende ganhar tempo, e sim descobrir alguém que não o comprometa logo na apresentação do nome. È o que vem acontecendo, com as duas indicações. Alexandre Moraes, surgido do planalto e recusado sem complacência. O próprio Temer se envergonhou ou se intimidou.


 A segunda indicação, revelada por mim segunda feira, com exclusividade, tem a mesma insignificância do primeiro. Seu nome: Bruno Dantas, da maior intimidade com Renan Calheiros. E de total assiduidade no palacete onde Renan poderá morar enquanto acreditar que é presidente do senado.

De funcionário do senado, pulou para Ministro do Tribunal de Contas da União, tudo projetado e executado por Renan. Que pretende repetir a façanha, levando-o e elevando-o para o Supremo. Como estamos num país no qual os acusados quase réus, indicam os julgadores, tudo é possível.

TEMER "CLARIVIDENTE"

Depois de tanto veto antes mesmo que tenha resolvido alguma coisa, mudou inteiramente de rota e de roteiro. Decidiu: vai indicar alguém que já pertença a tribunal superior, já foi nomeado por um Presidente, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo plenário do Senado. Se não der certo, a culpa não será dele. 

Isso é típico de quem não está preparado para o cargo. E começou o festival Wagner da incoerência, da dissonância, do silencio ruidoso. Lembrou logo de um especialista em Direito do Trabalho. Esqueceu que o Supremo tem Rosa Weber, que veio direta do TST. (Tribunal Superior do Trabalho). E é referencia e relevância até hoje.

Alem do mais, lembrou de um personagem tão conservador, que pertence ao Opus Dey, não existe nada mais disparatado em matéria de pensamento. E defende que "a mulher deve sempre obedecer ao marido". Isso apesar de ser celibatário por convicção. Aliás, celibatário só por convicção ou frustração católica. De qualquer maneira, perfil difícil de introduzir numa coletividade já estabelecida.

O EQUIVOCO DE PENSAR EM ALGUM MINISTRO DO STJ

Não por inexistência, mas por excesso de nomes e de candidatos. O Supremo sempre teve ministros do STJ. O próprio Zavascki veio de lá. Acontece que são 35 membros, pelo menos 20 em condições e vontade de ir para o Supremo. Temer entrou em desespero, prorrogou o tempo da espera. Já decidiu: não voltará a pensar num Ministro do STJ. Com isso, fecha um grupo de personagens, ao qual poderia recorrer sempre.

SEM SORTEIO, MAS INDICAÇÃO, O SUPREMO SE ACERTA COM SUCESSO

Se houver indicação, o relator pode ser escolhido logo depois da sessão em homenagem a Zavascki. A escolha com tranqüilidade, de 1 ministro entre 10. (Incluindo Carmen Lucia) .O  momento é excepcional, não se arriscará nada, as homologações continuarão impávidas.


Com sorteio, 3 em  9 (sem Carmen Lucia) será um terço de risco de não se salvar nada. Só que muitos sentem ou compreendem, que caminha em velocidade, a solução pelo 

Nenhum comentário:

Postar um comentário