Titular: Helio Fernandes

terça-feira, 7 de março de 2017

A Delação da Odebrecht

FERNANDO CAMARA

Não para de aumentar, em quantidade e qualidade, mostrando a sofisticação da organização do mundo do crime e seus enlaces, com operadores financeiros, empreiteiros, empresários, políticos, enfim, membros do Poder Legislativo, do Poder Executivo (apenas do primeiro escalão). Falta aparecer alguma autoridade que complete este elo?

Todos os crimes que conhecemos por meio da imprensa foram  DELATADOS. Onde esteve o MP nos últimos 25 anos? E virão as outras delações e acordos de leniência das outras empreiteiras.

O País aguarda, ansioso, que o STF trabalhe e livre a nação deste pesadelo. A presidente, Cármen Lúcia, poderia informar quantos crimes, cometidos por autoridades, foram julgados e quantos foram condenados desde 1988.

Prerrogativa de foro

Este mecanismo existe para imprimir celeridade aos inquéritos; para esclarecer dúvidas sobre a existência de crime praticado por uma autoridade. Engana-se quem defende o fim do Foro; o que o legislador deveria impor é o prazo de conclusão.


Matéria da Folha em 09/01/2015

“Prestes a assumir novamente o comando da Receita Federal, Jorge Rachid, nomeado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda), é réu em um processo de improbidade administrativa que corre na Justiça Federal há nove anos. Rachid foi secretário da Receita Federal entre 2003 e 2008, quando Guido Mantega, então ministro da Fazenda, o demitiu.

O Ministério Público o acusou, em 2005, de obstruir investigação da Corregedoria da Receita, na qual ele era um dos suspeitos de irregularidades na autuação da construtora OAS em 1994.”

De setembro de 2009 a setembro de 2013, representou a Receita Federal nos Estados Unidos como adido tributário e aduaneiro junto à Embaixada do Brasil em Washington-DC.

Desde 2014, integra o Comitê de Peritos sobre Cooperação Internacional em matéria tributária da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso é justo com a Sociedade?


Delação da Odebrecht 2

A compra de Medidas Provisórias que envolve os ex-ministros da Fazenda Palocci e Mantega e os seus ex-assessores que se tornaram ministros e autoridades no atual governo precisa ser esclarecida. Um ministro não consegue vencer todos os obstáculos legais para favorecer uma empreiteira ou um setor econômico sem o “auxílio” de muitos Servidores.

Delação faz o Dinheiro mudar de mãos

Quando as denúncias sobre as “vendas” de Medidas Provisórias esquentarem, a MP dos Portos abaterá mais políticos e servidores. Não é só a Odebrecht e a Camargo Correa que vêm vendendo seus ativos. Na última semana, a senhora Patrícia Tendrich Pires Coelho, que foi diretora do Opportunity, anunciou em uma pequena roda que adquiriu o controle dos Terminais Portuários Libra e da sua lucrativa companhia de navegação. Tudo indica que estão por trás da operação os armadores estrangeiros COSCO e CMACGM. Com essa jogada, a poderosa Santos-Brasil enfrentará maus momentos.


Foz - Odebrecht Ambiental

O delator Fernando Santos-Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental – deixou o cargo em setembro de 2016 na condição de um dos 77 delatores do Grupo Odebrecht na Lava Jato. Em janeiro, ele foi esquiar em Aspen, Colorado. Agora, com a sua delação homologada, sabe-se que irá complicar mais um pouco a vida do ministro Moreira Franco.

Eliseu Padilha

O Palácio do Planalto tem uma entrada pela Praça dos Três Poderes e uma entrada pela garagem, na SN 1. Procura-se uma saída honrosa.

Jorge Luz merece um capítulo à parte.

O ex-cadete da Academia Militar das Agulhas Negras é uma pessoa de educação requintada e tem uma rede mundial de contatos. A expressão “Decano do Lobbie” é minha, e em conhecimento dos cantinhos e jeitinhos do poder só pode ser superado pelo educadíssimo advogado Jorge Serpa.

Jorge Luz pode demolir a Petrobras, e pode também passar a limpo o Pará, o Senado e o Brasil.

Hoje, Jorge tem uma imensa fortuna. Adquiriu, em 2015, por puro diletantismo, um dos castelos da duquesa de Alba, em Sevilha, que foi a mulher mais rica da Espanha e maior colecionadora de títulos de nobreza do mundo – e por isso não precisava se ajoelhar nem para o Papa.

Além dos limites

É gravíssima a informação de que as FARC esteve na folha de pagamento da Odebrecht. O carnaval talvez tenha ofuscado a magnitude dessa informação, mas nem por isso deve ser esquecida.

Acertamos

Há meses eu chamo a atenção para o Processo do TSE que é relatado pelo ministro Herman Benjamin. Ele não para. Na quarta-feira de cinzas ele transformou em pó a possibilidade do ministro Padilha continuar no Governo.

O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP/PB) tomou a liderança do Governo na Câmara do deputado André Moura (PSC/SE), que continua Líder do Governo, agora no Congresso. Ribeiro, de acordo com o doleiro Alberto Youssef em depoimento à operação Lava Jato, se beneficiou do pagamento mensal de propina feito ao PP, com repasses da “cota” do partido no esquema da Petrobrás. E o STF ainda não tomou as necessárias providências.

Antecipei também, a nomeação do deputado Osmar Serraglio, para ocupar o Ministério da Justiça. Ele fará uma gestão honrada.

Amaral Neto

Na quarta-feira na Globo News. O repórter que fazia política abertamente.

Kelly merendeira

A merendeira Kelly Serra do Amaral, de 38 anos, nomeada subsecretária de gestão na secretaria de transportes da cidade do Rio de Janeiro, recebe um salário de R$ 12.149,46, vem juntando problemas e adversários.


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